Índios de Caarapó acampam em frente ao STF por demarcações
Integrantes de comunidade indígenas Guarani Kaiowá do tekoha Guyraroka fazem uma vigília em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal), em Brasília desde a quarta-feira (26), reivindicando a demarcação de terras no município de Caarapó. Nesta quinta (27), o STF deverá decidir, no plenário, se mantém ou não a anulação da demarcação da Terra Indígena que compreende a região.
O grupo protesta também contra o fim do marco temporal que prevê que indígenas só teriam direito à demarcação de terras que estivessem sob suas posses em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da atual Constituição Federal. Assim, aqueles que estavam fora dessas áreas à época ficariam impedidos de voltar para os territórios.
Para o líder do movimento Atyguaçu Guarani, Eliseu Pereira, de 43 anos, a ação é considerada um genocídio para a comunidade indígena e tem gerado constantes conflitos no campo, responsáveis por, ao menos, 24 assassinatos ocorridos em 2018. Foram cinco mortes envolvendo indígenas e quilombolas.
A Funai (Fundação Nacional do Índio) afirma que são no total 567 terras indígenas no Brasil e 116 terras em estudos. Mas o líder guarani contesta. Afirma que eles não têm espaço em Mato Grosso do Sul, além de sofrerem todo tipo de violência, seja verbal a física. “Nós queremos que parem de matar nossas lideranças e que haja Justiça”, afirma Eliseu Pereira.