Polícia

Operação 'desmonta' quadrilha que atuava no comércio ilegal de madeiras em MS

29 AGO 2019 • POR • 21h54
Estoque de madeira encontrada em empresa investigada na operação da Polícia Federal - Polícia Federal

A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta quinta-feira (29) a Operação Ghostwood, e cumpriu 10 mandados de busca e apreensão, 12 mandados de suspensão de atividade econômica e 12 mandados de interdição e lacração de estabelecimento. As ordens foram expedidas pela 1ª Vara Federal de Ponta Porã e os mandados foram cumpridos em Dourados, Campo Grande, Ponta Porã, Sete Quedas e ainda na cidade de Umuarama, no Paraná.

A investigação apura a existência de uma associação criminosa voltada à emissão e recebimento dos DOFs (Documentos de Origem Florestal) falsos, com o objetivo de ludibriar a fiscalização e legalizar produtos de origem florestal adquiridos de forma ilegal. Os investigados utilizavam empresas de fachada e madeireiras em pleno funcionamento, conforme revelou em Coletiva de Imprensa o superintendente do Ibama em Mato Grosso do Sul, coronel Luiz Carlos Marchetti.

A operação “Ghostwood”, (termo em inglês que significa “madeira fantasma”) utilizou mais de 50 policias federais e cinco equipes de Agentes Ambientais do Ibama. A quadrilha presa foi responsável por fraudar documentos para viabilizar a venda de ao menos 1,3 mil metros cúbicos de madeira, o que corresponde a cerca de 30 carretas carregadas com o produto serrado. “Distribuidoras, de fachada ou não, compravam lotes de madeira inexistente para ficar com o ‘crédito’ no sistema e depois revender a madeira ilegal com registro”, detalhou Marchetti.

O superintendente do órgão em Mato Grosso do Sul revelou que as informações falsas quem eram inseridas no sistema chamaram a atenção da fiscalização. “Uma coisa tosca. O mesmo IP (endereço de computador) vendia e recebia o produto, entrega em curtíssimo espaço de tempo, que não condiz com a realidade e inversão de fluxo, quando, por exemplo, Caarapó vendia para Ponta Porã, sendo que Ponta Porã é uma cidade produtora de aroeira. Fraude visível”, destacou.

O delegado regional executivo da PF no Estado, Alex Sandro Biegas, explica que a investigação constatou que algumas das empresas eram de fachada e as que trabalhavam no ramo realmente, tinham no pátio quantidade de madeira muito inferior a registrada. “Uma das empresas investigada foi interditada em 2018, abriu uma nova filial, com novo CNPJ para driblar o sistema de controle”, disse.