Finanças Pessoais

Douradense gastou 42% do salário mínimo em julho com a cesta básica

7 AGO 2020 • POR • 12h45

O valor da Cesta Básica do mês de Julho/2020, comparado com o mês de Junho, apresentou uma queda de 1,32%, mas, ainda assim, o trabalhador douradense teve que destinar o equivalente a 42,62% do salário mínimo vigente no país, cerca de R$ 445,38, para a compra dos produtos básicos. Isso é o que constata a pesquisa realizada pelo Projeto de Extensão Índice da Cesta Básica do Município de Dourados do curso de Ciências Econômicas da Face (Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia) da UFGD, realizada entre a última semana do mês de julho e a primeira deste mês.

Os produtos que compõem a Cesta Básica, conforme o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de acordo com a Lei 399 que estabelece o salário mínimo são: Açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão francês e tomate). Em junho os preços da cesta básica com estes produtos ficaram em R$ 451,32, o que significa 43,19% do salário mínimo, de R$ 1.045,00.

A partir da Constituição Federal de 1988 o trabalhador brasileiro deve trabalhar 220 horas mensais, com isso, no mês de Junho/2020, um trabalhador douradense para pagar a cesta básica tinha de trabalhar 95 horas. E no mês seguinte, Julho/2020, este mesmo trabalhador precisou de um tempo menor para comprar alimentos: 93 horas e 46 minutos.

Dos 13 produtos que compõem a Cesta Básica, somente três apresentaram aumento de preços em julho em Dourados: a carne com 7,86%, o arroz com 6,17% e óleo de soja com 4,35%. A batata, pelo segundo mês seguido, teve queda de 36,35%; o feijão com 11,10%; e o tomate com 8,98%, pelo quarto mês consecutivo.

O supermercado que praticou o preço mais elevado da cidade chegou a R$ 471,23 e o menor a R$ 403,50, o que representa uma diferença de R$ 67,73; ou seja, 16,79% menor, “um ganho que consideramos compensa o sacrifício de percorrer vários estabelecimentos”, avalia o pesquisador Enrique Duarte Romero, da Face e coordenador desse projeto na UFGD.

“Outra sugestão é a de verificar também os levantamentos realizados pelo Procon no início de cada mês. O seu método facilita ainda mais a comparação dos preços praticados por cada estabelecimento ao apresentá-los nominalmente e seus respectivos preços de venda de cada produto exposto”, considera o professor, ao citar outros instrumentos de apoio ao consumidor.