Opinião

Quem tem medo do lockdown?

23 MAR 2021 • POR • 11h41

A semana que passou terminou em clima de pânico em determinado gabinete oficial, que mais se assemelha ao ‘gabinete da crise’, dos tempos de guerra, ou ‘do ódio’, para nos remeter aos tempos modernos. Tudo por conta de reportagem publicada no DOURANEWS, informando que a adoção do lockdown no Município ‘estava na mesa do prefeito’ e só dependia da canetada dele.

Pronto, foi o que bastou. Assessoria apressada em ‘desmentir’ mais uma ‘fake news’ do jornal, foi tão afoita que revelou até a data em que teria início o decreto do ‘fecha tudo’: dia 22 de março, dado, aliás, que não havia sido informado na reportagem. Faltou apenas coragem para dizer que cabe, sim, ao chefe do Executivo invocar para si o ônus e os bônus da responsabilidade como gestor público.

Fácil, também, escrever, nos canais de WhatsApp oficiais, e nos oficiosos, que a preocupação do gestor é em salvar vidas e que “gerar pânico na população não contribui em nada”.

Não nos servem de nada, então, os exemplos de pânico gerados pelas medidas acentuadas de restrição [vamos chamar assim o nosso ‘lock’ daqui pra frente, tá ok?!] adotados por exemplos de civilização mundial, como Alemanha e Itália, para ficarmos apenas no lado ocidental e, em terras tupiniquins, o esforço da capital paulista em conter o avanço da Covid-19 entre as mais de 12 milhões de vidas que continuam alimentando o resto do País.

Daí, surge a pergunta: Quem tem medo do lockdown, ou, corrigindo, das ‘medidas acentuadas de restrição’ que o mundo vem adotando, paulatinamente, para enfrentar a insubordinação cidadã contra regras estabelecidas de isolamento, distanciamento e até da quarentena, sinônimos do #fiqueemcasa? Resposta: apenas os que não estão preparados para situações de crise!

O lockdown só é adotado em áreas que possuem muitos casos e mortes de coronavírus e que a população está desrespeitando a quarentena e o distanciamento social. Serve para desacelerar a propagação do vírus, quando as medidas de isolamento social e de quarentena não são suficientes e os casos continuam aumentando diariamente.

As 23 pessoas que aguardavam por uma vaga de UTI no começo da tarde desta segunda-feira (22) em Dourados e a recusa do Município em acolher um bebê de apenas um ano que reivindicava vaga em uma dessas UTIs lotadas no final de semana, certamente podem explicar bem o que significa o nosso ‘lock’...