Saúde

Hospital da Vida suspende atendimentos e manda pacientes voltarem pra casa

24 AGO 2021 • POR • 20h18
Sem dinheiro e nem equipamentos para oferecer aos pacientes, Hospital da Vida suspende atendimentos - Divulgação

Alegando não dispor das condições de oferecer o atendimento “sem incorrer em eventos adversos na prestação do cuidado”, para justificar a falta de dinheiro e de equipamentos para prestar o serviço e manter o padrão de qualidade exigido da equipe profissional, o Hospital da Vida suspendeu todos os atendimento especializados e as cirurgias eletivas, pelo menos, até sexta-feira (27) em Dourados.

A orientação, da diretora técnica da Funsaud (a Fundação de Serviços de Saúde de Dourados), instituição encarregada de gerenciar o Hospital da Vida no Município, Angela Maria Cardoso de Azevedo Marin, é para que os pacientes que procurarem a unidade sejam avaliados e “em caso de ter condições de aguardar pelo procedimento em casa sejam liberados com agendamento de retorno para data posterior ao dia 27 de agosto”, conforme consta da CI (Circular Interna) 76/2021.

No documento, encaminhado para as Diretorias Clínica e Médica do hospital, além dos profissionais das especialidades e plantonistas, Angela Marin admite que “esta direção não dispõe das condições básicas para manter a continuidade na prestação dos serviços” e justifica que a suspensão de todos os demais tipos de procedimentos é para que o Hospital da Vida possa manter em funcionamento a UTI Geral e situações de trauma e complicações clínicas “que venham a necessitar de intervenções cirúrgicas imediatas”.

PODER

Dominando a Fundação de Saúde com ‘mãos de ferro’, Angela Marin é quem decide as coisas quando se trata dos serviços de atendimento na UPA e no Hospital da Vida. Em maio deste ano, por exemplo, foi ela quem decidiu que não haveria plantão médico no final de semana na UPA, apenas avisou os dirigentes superiores da área e não se importou nem que um paciente morresse dentro da Unidade. A família reclama R$ 700 mil na Justiça pelo ocorrido.

Tempos depois, Marin ‘determinou’ que um médico plantonista do Hospital da Vida deixasse de receitar fármacos que ela própria decidiu que não convinham para o tratamento de um paciente internado em regime de emergência e que depois também veio a óbito. O fato está sendo investigado e a conduta da poderosa diretora técnica é alvo de sindicâncias internas sucessivamente prorrogadas pelo diretor-presidente da Funsaud, o advogado Jairo José de Lima, que é, igualmente, apenas comunicado por CI das decisões da auxiliar.