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Relatório da ONU aponta que Coreia do Norte pune com tortura até presos que roncam

5 SET 2021 • POR • 10h46

Um novo relatório feito pelo secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, mostra que o regime Coreia do Norte, comandando por Kim Jong-un, comete tortura até com detentos que roncam. Em um episódio, 12 detidos foram obrigados a fazer mil agachamentos após um deles roncar durante a noite. Os mais velhos não resistiram ao castigo e desmaiaram no meio dos exercícios forçados, revelaram fugitivos da ditadura comunista. O documento oficial será apresentado este mês à Assembleia Geral.

Além de pesquisar incidentes ocorridos entre agosto de 2020 e julho de 2021, o documento, baseado em depoimentos de vítimas e informações de Inteligência, também inclui casos no período entre 2010 e 2019.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos fez entrevistas com fugitivos recentes, alguns deles dissidentes políticos, na Coreia do Sul, destacando uma série de desafios de direitos humanos que o regime do Norte deve enfrentar, disse Guterres, segundo reportagem do site "Unilad".

Um capítulo do relatório trata especificamente do tratamento desumano, com "relatos consistentes e confiáveis ​​da imposição sistemática de dor física e mental severa ou sofrimento aos detidos, por meio de espancamentos, posições de estresse e fome".

Diz-se que pessoas foram espancadas durante os interrogatórios para "extrair confissões à força, como meio de disciplina (por exemplo, por não ficarem sentadas absolutamente imóveis por períodos prolongados ou por não criticar outros detidos de forma suficientemente severa durante as sessões de crítica em grupo) e por falta de pagamento de subornos".

Uma mulher contou de ter sido espancada por um oficial do Ministério da Segurança do Estado com lenha.

"A pele do meu rosto se rasgou, meu queixo se deslocou e quatro dos meus dentes foram arrancados", declarou ela.

Outra mulher encarcerada foi forçada a se ajoelhar "e bateram-me na coxa. Não consegui andar direito durante um ano".

Também foi pedido a alguns detidos "que colocassem a cabeça nas grades (da cela) e os guardas nos espancariam com um porrete. Éramos como sacos de pancadas para eles", de acordo com um homem que conseguiu escapar do regime ditatorial.