Opinião

Vila Olímpica Indígena resgata dívida social

9 MAI 2011 • POR Geraldo Resende • 18h39

Nesta segunda-feira, 9 de maio, nossa cidade de Dourados viveu um dia histórico. O governador André Puccinelli inaugurou a primeira Vila Olímpica Indígena do Brasil.

A obra se reveste de grande importância, não só pelo ineditismo, mas, fundamentalmente, pelo que ela significa no aspecto social e por tudo que representa no esforço que se empreende no sentido de superar problemas e promover a integração dos povos indígenas.

Estamos convencidos de que a primeira Vila Olímpica Indígena do Brasil será fundamental para derrubar números inquietantes dos problemas gerados pela violência e proporcionar uma coexistência pacífica nas aldeias, valorizando a prática do esporte e integrando as diversas etnias em competições saudáveis.

Não há dúvida que o esporte é um fator determinante para minimizar problemas de ordem social. A Vila Olímpica Indígena se soma a outras ações sociais integradas, desenvolvidas pelos governos federal, estadual e municipal e será, com toda certeza, marco nesse novo momento que a comunidade indígena passa vivenciar.

Os indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó estão ansiosos em usufruir da Vila Olímpica. Entre eles, já se combina competições. A alegria pela obra é compartilhada desde já por todos na Reserva de Dourados, pois veem na Primeira Vila Olímpica Indígena a perspectiva desse espaço vir a ser o palco principal dos Jogos Indígenas de Mato Grosso do Sul, que são realizados há 12 anos no Estado.

São várias modalidades de jogos como arco e flecha, lança nativa, futebol, vôlei, corridas, cabo de guerra, entre outros. A Vila Olímpica possui espaços para a prática de todos esses esportes. Ela poderá ser palco de grandes competições e também para os treinos, por isso não é demais sonhar, por exemplo, com a possibilidade de sair de Dourados algum atleta para as Olimpíadas de 2016.

Para tornar possível a implantação da primeira Vila Olímpica Indígena apresentamos ao Orçamento Geral da União de 2006 uma emenda individual de R$ 400 mil e convencemos o ex-deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) a destinar uma outra emenda de R$ 300 mil para a mesma obra. Além disso, a Prefeitura investiu, como contrapartida, mais R$ 180 mil, totalizando R$ 800 mil. Em 2008, apresentamos outra emenda de R$ 750 mil e o governo do Estado aplicou R$ 83.333,33.

Essa prestação de contas se faz necessária, até para exemplificar a constatação de que é possível termos uma obra de enorme alcance sem um volume muito grande de recursos.

Não poderíamos deixar de agradecer, também, o apoio do Ministério do Esporte para uma outra obra de grande significado para a população de Dourados – a Praça da Juventude.

A Praça da Juventude será um espaço de lazer e também de prática esportiva, além de ponto de encontro de jovens. Será uma área de convivência comunitária onde também serão realizadas atividades culturais, de inclusão digital e de lazer para a população de todas as faixas etárias.

Entendemos que é preciso investir na ampliação dos espaços urbanos e do acesso a equipamentos públicos de esporte e de lazer que alia saúde, bem estar e qualidade de vida a atividades socioeducativas diversificadas.

Atividades que, além de democratizarem o acesso ao esporte e ao lazer, incentivam a inclusão digital e a produção cultural e científica, constituindo-se em um amplo espaço de convivência comunitária.

Vamos continuar defendendo mais investimentos no esporte e lazer porque acreditamos que são atividades fundamentais na promoção do desenvolvimento humano em todos os segmentos sociais. Vamos fazer do esporte e do lazer meios para a melhoria da qualidade de vida e de inclusão social. Valeu ministro Orlando Silva!

O autor é médico e deputado federal pelo PMDB-MS