Economia

Produção agrícola brasileira caiu 5,3% em 2009, diz IBGE

20 OUT 2010 • POR Redação Douranews com Agência Brasil • 15h33

O IBGE divulgou hoje dados da Pesquisa Agrícola Municipal – Cereais, Leguminosas e Oleaginosas, feita em 5.565 municípios, investigando 64 produtos da produção agrícola brasileira de 2009. Os números apontam uma redução de 5,3% em relação ao ano anterior. As principais quedas ficaram por conta do (-13,9%), café (-12,8%), algodão herbáceo (-27,3%), trigo (-16,1%) e a soja (-4,2%). Além disso, alguns produtos como o milho, feijão, café e trigo tiveram preços inferiores aos de 2008. Em relação à área plantada, houve crescimento de 0,3%, somando 65,7 milhões de hectares.

De acordo com o documento, a soja continua sendo a cultura que mais contribui para o valor da produção, respondendo por 27% do total, o que equivale a R$ 38 bilhões. A liderança foi mantida apesar da redução da safra, influenciada pelo custo de produção, superior ao verificado no ano anterior, o que levou os produtores a implantar lavouras com menos tecnologia; além de problemas climáticos, com períodos de estiagem na Região Sul. Com relação à área cultivada, houve aumento de 2,4%, atingindo 21,7 milhões de hectares.

Em seguida, aparece a cana-de-açúcar com 17% do total (R$ 24 bilhões), beneficiada pela valorização do açúcar no mercado internacional e pelo aquecimento dos preços do etanol no mercado interno. Em relação à produção, o aumento de 4,0%, garantindo o recorde de 671,4 milhões de toneladas, no entanto, foi menor do que o observado em 2008 (17,4%). A redução no ritmo de crescimento pode ser explicada pela crise econômica internacional, que diminuiu a oferta de crédito, acarretando uma retração no processo de implantação de novas usinas e redução na expansão dos canaviais observada nos últimos quatro anos. Já a área colhida aumentou 4,6%.

Em terceiro lugar, aparece o milho, responsável por 14% do valor da produção agrícola brasileira. A cultura (50,7 milhões de toneladas) foi prejudicada por problemas climáticos, pelo desestímulo ao plantio em função dos estoques elevados no mercado nacional, além da baixa cotação do produto, e pela crise financeira internacional, que resultou em incertezas sobre a comercialização futura do produto. A área colhida teve redução de 5,5%.