O presidente da Fiems, Sérgio Longen, defendeu, nesta quinta-feira (26/05), na abertura do Workshop Acesso ao Mercado Asiático, a revisão do formato de comércio com a China para evitar a penalização do setor industrial brasileiro e estadual. “Se nada for feito, nos próximos anos a nossa indústria será canibalizada devido à concorrência com os produtos chineses. Também precisamos reduzir o custo Brasil para que os nossos produtos tenham preços competitivos com os produtos importados, principalmente, dos países asiáticos”, disse durante o evento realizado no 6º andar do Edifício Casa da Indústria pelo IEL em parceria com a CCIBC (Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China) e Seprotur (Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo) com recursos do FAI (Fundo de Apoio à Industrialização).

Ainda segundo Sérgio Longen, eventos como o workshop de acesso ao mercado asiático servem para discutir esse formato de negociações comerciais do Brasil com a China. “Sou contra barreiras comerciais e protecionismo, mas precisamos alterar a balança comercial para que se encontre um equilíbrio nesse intercâmbio. Não se pode continuar da forma como está, ou seja, com a China vendendo mais do que comprando do Brasil”, declarou, reforçando que seu objetivo é defender os interesses do setor industrial brasileiro e sul-mato-grossense. “No atual momento, se faz necessária a ação dos agentes públicos e privados de apoio empresarial voltado à competitividade e internacionalização das empresas de olho na aproximação comercial entre os dois países”, cobrou.

China-Brasil

Após destacar o desenvolvimento dinâmico de Mato Grosso do Sul, o presidente da CCIBC, Charles Tang, elogiou o empreendedorismo do comando do Sistema Fiems e o apoio do Governo do Estado ao avanço industrial com a busca de novos mercados para os produtos estaduais. Ele também defendeu uma revisão do formato de comércio entre Brasil e China para que se encontre um equilíbrio na balança comercial entre os dois países, entretanto, culpa o custo Brasil pela falta de competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional. “A China também deseja que setor industrial estadual e nacional continue se desenvolvendo, mas, o meu país não pode ser responsabilizado pelo custo Brasil”, analisou.

Charles Tang ainda aproveitou para informar que a Companhia de Desenvolvimento Agrícola da China fará uma visita a Mato Grosso do Sul e Goiás no próximo mês de junho para iniciar futuros negócios do governo chinês com os dois Estados. “Esse intercâmbio só foi possível graças à atuação dos escritórios mantidos pelos governos estaduais brasileiros na China”, pontuou. Já o embaixador brasileiro na China, Jadiel Ferreira de Oliveira, conselheiro da CCIBC, também destacou o crescimento industrial de Mato Grosso do Sul e defendeu o aumento da relação bilateral entre os dois países. “O workshop deve ajudar a estreitar essa relação”, previu.

Programação

Durante o evento foram abordados o perfil do mercado asiático, como acessar o mercado asiático, relações comerciais entre Brasil e China, políticas públicas da China de apoio à exportação e oportunidades de negócios das empresas do Estado no mercado asiático. “Também vamos tratar da atuação de entidades de apoio empresarial às empresas chinesas em projetos e programas de internacionalização e programas e projetos de apoio às empresas chinesas focados na internacionalização”, completou Fábio Fonseca, coordenador do CIN da Fiems.

O Workshop Acesso ao Mercado Asiático contou com as palestras “O Mercado Asiático”, com o embaixador Jadiel Ferreira de Oliveira, “Desafios de Negociar com o Mercado Chinês e Vantagens de ter uma Representação Permanente na China”, com representante das indústrias Arteb S.A, Eduardo Eberhardt, “Atuação do HSBC no Comércio Internacional para o Estado de Mato Grosso do Sul”, com Mário Luiz Schmidt Filho, da Head of China Trade Desk do HSBC, “Parceria Estratégica Brasil-China”, Heloisa Bontiani Nader Di Cunto, sócia-advogada da Duarte Garcia CAselli Guimarães e Terra Advogados”, e “Oportunidade de negócios com a China”, “Relações comerciais entre Brasil e China”, “Programas e projetos empresariais de entidades de apoio às empresas chinesas focadas na internacionalização”, “Construção de projetos que poderiam ser desenvolvidos com a China”, com Charles Tang.