Brasil

“Anvisa demora para aprovar defensivos”, reclamam senadores

30 NOV 2010 • POR Redação Douranews, com Assessoria • 16h30
Os senadores que integram a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária estão insatisfeitos com o que chamam de “demora na aprovação do registro de defensivos agrícolas” que podem ser usados no país.

Segundo eles, a culpa seria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em audiência pública promovida pela comissão, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) foi rigorosa na avaliação do trabalho da Anvisa. “A eficiência é nota zero. Me perdoe, senhor representante da Anvisa. Nota zero!”, disparou a senadora.

Um decreto dá 120 dias à Anvisa para analisar um pedido de registro de agrotóxico, mas o senador Gilberto Goellner (DEM-MT), reclamou que o prazo não é respeitado, e a fila de processos não para de crescer. “Hoje são 300 solicitações de produtos técnicos que estão sendo analisadas e mais 350 formuladas que estão sendo analisadas ou estão na fila. Então são 650 produtos”, aponta Goellner.

O gerente-geral de Toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles, reconheceu que o número de técnicos é insuficiente para avaliar os pedidos a tempo. Mas ressaltou que não há má vontade da agência. “Nós não queremos ficar com processos dentro da Anvisa. Nosso desejo é sempre avaliá-los com a maior brevidade possível e disponibilizar os produtos ao agricultor. Não temos nada contra os agrotóxicos. Agora, a gente se preocupa, sim, com a segurança e a saúde, tanto do trabalhador como do consumidor”, explicou Meirelles.

O Brasil é o maior consumidor de defensivos agrícolas do mundo. São 750 mil toneladas por ano. Segundo o professor Geraldo Papa, da Universidade Estadual Paulista e especialista na área, os agrotóxicos são um mal necessário. Ele explicou que os defensivos são responsáveis por 99 por cento do controle de pragas nas agricultura. E se o uso desses produtos fosse proibido, o professor calcula que em 15 dias começaria a faltar comida na mesa do brasileiro.