Dourados

Pesquisador do 'Tortura Nunca Mais' apresenta relatório em Dourados

23 ABR 2014 • POR Redação Douranews • 21h11

O pesquisador e vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais de São Paulo, Marcelo Zelic, vem a Dourados nesta quinta-feira (24) apresentar o “Relatório Figueiredo”, extenso documento produzido entre os anos de 1967 e 1968, composto por denúncias e fatos sobre violações dos direitos humanos indígenas ocorridas naquela época. Dado como perdido, o relatório foi encontrado em 2013 em caixas não catalogadas no Museu do Índio do Rio de Janeiro, por conta da remoção do local para dar espaço às obras de ampliação do estádio Maracanã para a Copa do Mundo 2014 no Brasil.

O pesquisador foi um dos responsáveis pela identificação e recuperação do documento, que agora está sendo colocado em público para que sejam analisadas e apuradas as graves denúncias contidas em suas quase cinco mil páginas. A apresentação do documento será no auditório da FCA (Faculdade de Ciências Agrárias), na Unidade 2 da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), às 19 horas.

O “Relatório Figueiredo” foi elaborado pelo então procurador Jader de Figueiredo Correia, que percorreu o País a convite do extinto Ministério do Interior para apurar denúncias sobre crimes cometidos contra a população indígena. Marcelo fará, na ocasião, a apresentação das denúncias voltadas a violações ocorridas em Mato Grosso do Sul.

O grupo Tortura Nunca Mais, do qual o pesquisador faz parte, é uma entidade brasileira de direitos humanos presente em São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia, que tem como finalidade informar e apoiar a mobilização sobre temas relativos à denúncia e combate à tortura, defesa dos direitos humanos e de combate à criminalização dos movimentos sociais.

Sessão de Audiência

Nos dias 25 e 26 de abril (sexta-feira e sábado), acontece em Dourados a segunda edição da Sessão de Audiência da Comissão Nacional da Verdade com a finalidade de dar voz às etnias indígenas sobre casos de violação de seus direitos. O evento será dividido em dois dias, tendo programação das 7h30 às 18 horas, na sexta-feira, e das 8 às 16h30, no sábado, no cineauditório da Unidade 1 da UFGD.

Desta vez falarão representantes dos povos Guarani Ñandeva, Kaiowá, Terena, Kadiwéu, Kinikinau, Ofaié e Guató de Mato Grosso do Sul. A Comissão Nacional da verdade, criada pela Lei 12.528/2011, tem por finalidade examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no período entre 1946 e 1988, para efetivar o direito à memória e à verdade histórica.