Falta de criatividade, repetição dos mesmos jargões de outros tempos, cansativo, sem propostas de mudanças, candidatos ‘pegando carona’ em discursos de décadas passadas. Essa, por enquanto, é a síntese do horário eleitoral, na opinião de jornalistas ouvidos pelo Douranews, dez dias depois do início da campanha eletrônica pelo rádio e tv.

“Até agora, nada”, foi a resposta unânime de todos os que se manifestaram com relação à pergunta ‘Dez dias depois, o que o horário eleitoral mudou no seu conceito de voto para estas eleições?’.

O jornalista João Carlos Torraca Brandão, por exemplo, disse que esperava “criatividade por parte dos marqueteiros e produtores dos programas”. Mas, na opinião dele, até agora “o que se vê é o mesmo modelo de décadas atrás, repetitivo e cansativo”. Por isso, segundo Torraca, os candidatos não conseguem ainda atrair a atenção do eleitor.

Henrique de Mattos é outro que também esperava um novo conceito de campanha, “ao invés dos velhos clichês que continuam reinando nos programas”. Depois de assistir às apresentações dos candidatos até aqui [o horário eleitoral começou a ser exibido dia 19], o jornalista já viu o quadro ‘cansativo e maçante’, que, constatou, “não entusiasma ninguém”. Henrique acha que os marqueteiros “precisam repensar esse modelo”.

“É difícil aparecer novidade quando se tem eleições a cada dois anos, até mesmo para os marqueteiros é difícil apresentar algo diferente”, analisa o jornalista Fábio Dorta, para quem, os candidatos estão mais preocupados com o visual do que em apresentar compromisso para o eleitor. “Penso que deveriam ser mais propositivos e menos espetaculosos”, conclui Dorta.

Cassius Vinicius também disse que, dez dias depois, o eleitor continua esperando pelas ‘propostas de mudança’, anunciadas no calor das manifestações de julho do ano passado, e que pelo menos poderiam estar sendo apresentadas de forma mais concreta nessa campanha. Ao contrário, o que se vê, segundo ele, é muita propaganda do que se fez, candidatos “olhando sempre pra trás ou pegando carona nos apoiadores”.

Edilson Oliveira também concluiu que ‘não mudou nada’ até agora e que ele, particularmente, nem está mais assistindo ao horário eleitoral pela Tv. “Já vi os três candidatos a governador, olho a olho...” e confessa que estava esperando ‘mais sinceridade’ nas apresentações da campanha. “Propostas no rádio e TV quase não existem, sempre repetecos, colagens... infelizmente”, constata o jornalista.