Economia

Feijão, papel higiênico e carne puxam alta nos supermercados em 2010

31 JAN 2011 • POR Redação Douranews, com Uol • 19h00

Os produtos que puxaram a alta de preços nos supermercados em 2010 foram o feijão (51,6%), o papel higiênico (43,3%) e a carne traseiro (34,9%), segundo dados divulgados nesta segunda-feira pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados).

Os dados consideram o AbrasMercado, cesta de 35 produtos de largo consumo analisada pela GfK. O índice geral apresentou crescimento acumulado de 17,4% no período.

No ano passado, a inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), encerrou o ano com taxa de 5,9% (a maior alta desde 2004).

Segundo o presidente da Abras, Sussumu Honda, nos últimos quatro meses de 2010 os preços dispararam, puxados pela alta das commodities. "Como resultado, estamos projetando que o volume de vendas tenha caído no final do ano passado, de 7%, em outubro, para 6,5%", diz.

Outros produtos que lideraram a alta foram o queijo muçarela (34,3%) e o queijo prato (32,8%). Já os produtos com maiores quedas foram cebola (-47,1%), batata (19,0%) e tomate (13,6%).

Em valores nominais, a cesta passou de R$ 261,51 em dezembro de 2009, para R$ 307,04 no mês passado.

VENDAS

As vendas acumuladas dos supermercados cresceram 4,20% no ano passado, ante 2009. O resultado ficou abaixo da expectativa da entidade, que era de alta de 4,5%. Em dezembro, a alta real foi de 3,16% em relação ao mesmo mês do ano anterior e de 33,86% ante novembro. Os índices foram deflacionados pelo IPCA.

Segundo o presidente da Abras, os produtos que tiveram maior destaque no crescimento do volume de vendas em 2010 foram a cerveja, o refrigerante e o leite de caixinha.

Para 2011, a entidade prevê uma alta de 4% nas vendas reais. "Teremos uma base de comparação no primeiro trimestre do ano bem forte, o que pode afetar o resultado no período, mas depois a tendência é de um crescimento maior porque a base também fica mais fraca", afirma.

Uma preocupação para este ano é a inflação. "Os consumidores das classes mais baixas são muito sensíveis aos preços. Se os preços continuarem subindo de forma acelerada, isso pode afetar o resultado".

Honda avalia que serão as classes C, D e E quem puxarão o consumo neste ano. "As classes A e B têm um consumo mais estável, já as demais têm necessidades que passaram a ser atendidas nos últimos anos".