Polícia

Perícia apura se mãe de Bernardo também foi morta pelo marido

30 MAR 2015 • POR Redação Douranews • 13h59

Peritos analisaram a carta de suicídio da mãe de Bernardo, morta em 2010, no Rio Grande do Sul, e concluíram que ela foi forjada. O laudo, encomendado pela avó do menino, levanta suspeitas que podem reabrir as investigações da morte de Odilaine Uglione.

"Ele pediu a separação. Perdi meu chão". Essas frases estão em uma carta assinada supostamente pela enfermeira Odilaine Uglione. Também há um recado para o médico Leandro Boldrini, marido dela e pai de Bernardo, o único filho do casal: "Leandro, tu destruiu a minha família, meus sonhos, minha vida. Prefiro partir do que ver meu filho nas mãos de outras mulheres, meu amor em outros braços". A carta teria sido escrita em 9 de fevereiro de 2010.

“Aquela carta nunca me confortou. Eu ainda disse: mas essa carta, essa letra não é da Odilaine”, destaca Jussara Uglione, mãe de Odilaine. Só que na época, nem os parentes nem os amigos de Odilaine levaram a dúvida adiante. No dia 10 de fevereiro, ela foi encontrada morta dentro da clínica do marido, em Três Passos, Rio Grande do Sul.

Segundo a secretária do consultório, Odilaine estava com o marido na sala dele. “A porta se abriu e ele saiu correndo, chamando: ‘socorro, homicídio, suicídio. Chama a polícia’. Mas isso questão de segundos. E ai, tum. Deu o estouro lá dentro. Eu fui a primeira que corri lá dentro. Vi ela deitada no chão”, conta Andressa Wagner, secretária.

Com base no depoimento de testemunhas e nos laudos da perícia oficial, a polícia chegou à conclusão de que se tratava de suicídio, conforme publica o G1.

Depois da morte violenta de Bernardo, há um ano, a mãe de Odilaine começou a investigar o alegado suicídio da filha e contratou peritos particulares. Nesta semana, um laudo ficou pronto e pode mudar os rumos desse caso.

Ricardo Caires dos Santos é perito judicial em São Paulo há 8 anos. Ele fez um "exame grafotécnico": ou seja, analisou toda a suposta carta de suicídio e comparou com a letra e com a assinatura que são comprovadamente de Odilaine Uglione. A conclusão, segundo o perito: a carta foi forjada, não foi escrita pela mãe de Bernardo.