Futebol

Teixeira admite ser co-conspirador em negociatas da Fifa

2 AGO 2015 • POR Redação Douranews • 13h49

Mesmo sem ser citado nominalmente, Ricardo Teixeira sabe que vem sendo investigado pelo FBI em meio às inúmeras denúncias divulgadas após o estouro do escândalo na Fifa, no fim de maio. O ex-presidente da CBF admitiu, em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", publicada neste domingo (2), e com repercussão nas redes sociais, que seria o co-conspirador que aparece na investigação de um contrato da entidade máxima do futebol brasileiro com a fornecedora de material esportivo dele, assinado em 1996.

“Se envolve o contrato da Nike, quem assinou o contrato da Nike fui eu. Então não adianta ficar tapando o sol com a peneira” disse na reportagem, negando ter se beneficiado com propinas, citando também a investigação do FBI sobre o pagamento de subornos na negociação pela venda de direitos de transmissão da Copa América. “Não há a mínima lógica. Todo esse processo aconteceu depois de junho, tanto que a Copa América da Argentina se realizou maravilhosamente bem. O problema surgiu depois da Copa América da Argentina em 2011”, revelou.

A investigação da Justiça norte-americana aponta que a fabricante de materiais esportivos pagou à CBF US$ 30 milhões além dos US$ 160 milhões previstos em contrato, alegando "despesas de marketing". Este valor teria sido depositado em uma conta na Suíça, em nome da Traffic. O cartola preferiu não falar sobre a investigação norte-americana que resultou na prisão de sete dirigentes do alto escalão da Fifa, incluindo o sucessor dele na presidência da CBF, José Maria Marín.

Teixeira também se esquivou de perguntas sobre Joseph Blatter e sobre o futebol brasileiro, embora tenha dito que "acha que contrataria" Dunga novamente depois do trabalho encerrado em 2010. “Eu estou preocupado com o meu Flamengo. Se Deus quiser, passar incólume pelo campeonato nacional”, afirmou.

Teixeira se defendeu das acusações de sonegação fiscal na venda de uma cobertura na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. O imóvel foi negociado por R$ 2,5 milhões, embora tenha sido avaliado em R$ 5,7 milhões pela prefeitura, antes da Receita Federal concluir um processo de fiscalização contra ele, em abril de 2014. Ricardo disse que teve pressa na venda porque precisava do dinheiro para fazer uma cirurgia e fez dois anúncios antes, a partir de junho de 2013: primeiro por R$ 4,3 milhões, depois por R$ 3,8 milhões.