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Bloqueio de contas da Full Play poderá afetar Marin

3 AGO 2015 • POR GloboEsporte/Douranews • 20h36

A Procuradoria do Distrito Leste de Nova York pediu, nesta segunda-feira, o confisco de duas contas bancárias da empresa Full Play Group, dos argentinos Hugo e Mariano Jinkis. Os dois foram indiciados na investigação americana que culminou com a prisão de sete dirigentes ligados à Fifa no dia 27 de maio em Zurique. A medida é possível ameaça ao ex-presidente da CBF, José Maria Marin, que continua preso na Suíça respondendo a processo por extradição. A Full Play é parte do trio que forma a Datisa, empresa que, quatro dias depois de criada, obteve os direitos sobre diversas edições da Copa América. Uma das acusações feitas pelos americanos a Marin é o recebimento de US$ 6 milhões (R$ 20,7 milhões) em propina paga pela Datisa. 

O novo documento divulgado pelas autoridades americanas pede o confisco de duas contas bancárias da Full Play: a conta 7063420 no Banco Hapoalim e a conta CH4504835087620042000 no Credit Suisse. A ordem determina também o bloqueio de todas os rendimentos rastreáveis dessas contas e é assinada por Kelly T. Currie, da Procuradoria do Distrito Leste de Nova York. Hugo e Mariano Jinkis, donos da Full Play, estão na lista de 14 indiciados e se entregaram às autoridades argentinas no dia 18 de junho. Eles respondem aguardam decisão da Justiça do país sobre pedido de extradição para os Estados Unidos.

De acordo com o relatório americano, a Datisa foi criada para pagar as propinas. Segundo a acusação, Datisa pagaria até US$ 110 milhões em subornos (cerca de R$ 345 milhões) para garantir os direitos das quatro edições da Copa América e, deste montante, já teria pago cerca de US$ 40 milhões divididos entre os dirigentes. Esse dinheiro seria distribuído assim: por cada edição, os presidentes da Conmebol, da CBF e da AFA embolsariam US$ 3 milhões cada e os presidentes de outras sete confederações sul-americanas, não identificadas no documento, levariam US$ 1,5 milhão cada. 

Como restam oito confederações (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Venezuela e Uruguai), não é possível apontar quais presidentes teriam recebido a quantia. Ainda sobrariam US$ 500 mil para um décimo-primeiro dirigente não identificado. A soma desses valores totaliza os US$ 20 milhões apontados na acusação.

Segundo os investigadores americanos, as duas primeiras "cotas"  (pelo acordo e pelo torneio de 2015) foram pagas. A Copa América do Centenário (que celebra 100 anos da competição) e será realizada nos EUA traria mais dinheiro - e propina maior: US$ 30 milhões a serem divididos. Ou seja - segundo os investigadores, Marin teria recebido pelo menos US$ 6 milhões até agora pela Copa América.