Polícia

Cabo Almi é chamado para depor no Gaeco

2 SET 2015 • POR Wendell Reis/Douranews • 18h49

O deputado estadual Cabo Almi (PT) foi convocado a depor ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), na tarde desta quarta-feira (2), em inquérito sobre esquema de compra de votos de vereadores para cassar o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). O parlamentar teria sido citado por envolvidos no caso, conforme escutas telefônicas interceptadas pela polícia.

“Não sei o que vão perguntar, também estou curioso. Mas vou responder tudo, porque não devo nada”, disse o parlamentar, que confirmou a convocação. Até a próxima sexta-feira (4), pelo menos sete pessoas devem ser ouvidas pelo Gaeco, ainda dentro da Operação Coffee Break, que apura se houve corrupção por parte de vereadores no ato de cassar o prefeito.

Conforme consta nas investigações, no dia 11 de março de 2014, às vésperas da cassação de Bernal, o deputado é citado em uma ligação entre Fábio Portela e João Baird, sugerindo que o petista poderia interferir – supostamente mediante pagamento de propina – no voto de um dos vereadores do partido.

Segundo Almi, esta hipótese é equivocada. Ele é padrinho político do vereador Ayrton Araújo, mas nega interferência na atuação parlamentar do correligionário: “ele tem liberdade sobre o que vai ou não votar, não interferi em nada”, diz o deputado.

A Operação Coffee Break já resultou no afastamento de Gilmar Olarte (PP) do cargo de prefeito, e de Mario Cesar (PMDB) da presidência da Câmara Municipal, na véspera do aniversário de Campo Grande. Ao todo, nove vereadores, um ex-vereador e três empresários também foram ouvidos pelo Gaeco no dia 25 de agosto, além de 17 celulares terem sido apreendidos.

O coordenador do Gaeco, promotor Marcos Alex Vera, disse nesta manhã que Almi será ouvido na condição de testemunha. Todos os citados nas escutas telefônicas serão convocados nestas condições, segundo ele.