De Leve: 2016 – Sentiremos saudades de 2015?
Alguns observadores até acham que pelo fato de termos eleições municipais em 2016 possa haver uma tênue melhora do quadro. Mas essa tese é rebatida pelo fato do Planalto não ter tanto interesse - os prefeitos estão em baixa e os investimentos não compensariam. Assim, guardaria munição para 2018. Procede.
Mas o fato é que, principalmente neste segundo semestre, a vida do brasileiro ficou muito ruim. O desemprego aumentou, a produção industrial caiu e nas cidades há o indicativo da crise nas placas de ‘vende-se’ ou ‘aluga-se’ sem distinção de bairros e classes sociais.
O brasileiro comum percebe; mesmo no início do mês diminuiu o número de pessoas nas filas dos bancos. Também nos supermercados a crise refletiu; enxugaram o número de caixas, o horário de funcionamento foi encurtado e as compras são seletivas como se verifica nos carrinhos da clientela.
Portanto, neste ano, a mudança de hábitos da população é visível. As pessoas estão cortando os gastos com supérfluos e lazer, inclusive. Aliás, um fato chamou a atenção: um circo instalado no estacionamento do shopping Campo Grande, mesmo cortando pela metade o valor do ingresso, continuou vazio e antecipou o fim da temporada. Isso sem contar que as salas de cinemas ficaram mais vazias ao longo de 2015.
Longe de fazer terrorismo econômico, a intenção é mostrar que realmente as perspectivas para o ano vindouro – no mínimo não são positivas. Se o pessoal diz que vai usar o 13º salário para pagar as contas atrasadas, é sinal de que há consciência geral do quadro futuro. Juízo e precaução.
Claro, a imprensa não pode exagerar na análise e muito menos tentar esconder o ‘óbvio ululante’ – como diria Nelson Rodrigues, mas tem o compromisso de alertar, analisando os sinais ou indicativos que rondam nosso bolso no dia a dia.
Além de tudo isso, há uma crise política impulsionada pela ‘Lava Jato’, que acaba influenciando nosso imaginário. Mais do que nunca, teremos que ter fé, juízo e uma dose sem limites de otimismo para enfrentar 2016.
E a vida segue.
De leve...