Educação

Professores já tiveram quase 67% de aumentos de salários com o prefeito Murilo

8 JUL 2016 • POR • 04h00
Professores protestam, sem trabalhar, com o último reajuste de 11,36% em Dourados - Foto: Douranews

66,86% é o acumulado de reajustes salariais concedido pelo prefeito Murilo Zauith (PSB) desde que assumiu o comando do Município, em 2011, até agora. O índice foi apresentado nesta manhã de sexta-feira (8) pelo contador da Prefeitura, Rosenildo França, ao explicar que a greve dos professores começou depois de um encontro onde, por mais de três horas, técnicos da área econômica do Município expuseram a realidade financeira da Prefeitura aos dirigentes do Simted, o sindicato dos professores.

“Só nos últimos dois anos, em abril do ano passado, o Magistério teve 13,1% de reajuste e em abril deste ano, 11,36%. Enquanto isso, os demais servidores da administração não tiveram nenhum centavo de reajuste”, informou o contador, que juntamente com o tesoureiro geral do Município, Jorge Castro e o secretário municipal de Finanças, Alessandro Lemes Fagundes, concedeu Coletiva de Imprensa nesta manhã.

A Prefeitura de Dourados, a exemplo dos demais municípios brasileiros, entretanto, também se vê obrigada a realizar ações de contenção de gastos para que a administração consiga atender exigências da Lei Eleitoral [que não permite novos compromissos financeiros nos seis meses que antecedem ao pleito de 2 de outubro] e da Lei de Responsabilidade Fiscal [que obriga o prefeito a entregar o cargo com as contas assumidas em dia], disse Rosenildo. “Posso assegurar que o prefeito Murilo é um homem que administra com os pés no chão, ele ouve a equipe técnica e trabalha dentro do que a realidade impõe”, afirmou o contador.

Receita caindo

“Dourados não é um oásis em termos de administração pública; tudo o que fizemos em termos de gestão foi para tornar o Município viável para novos investidores e para impulsionar o crescimento da cidade, mas as receitas públicas, infelizmente, são vinculadas a repasses constitucionais, e estes só vem caindo, principalmente depois que se instalou essa instabilidade político-econômica no País”, ilustrou o secretário Alessandro Lemes.

A receita do Município apresentou queda de 11,36% de 2013 para 2014, de 6,35% para 2015 e neste ano de 2016 já apresenta um déficit de aproximadamente 3%, segundo os números apresentados pela área econômica da Prefeitura. Ainda assim, da exigência legal de 15% em investimentos para a Saúde, o Município aplica, em média, 23,87% mensalmente e na Educação, só para complementar os repasses do Fundeb [dinheiro que é destinado, obrigatoriamente, para o pagamento da folha salarial do Magistério], a Prefeitura desembolsou cerca de R$ 1 milhão em maio e mais de R$ 2,6 milhões em junho.

Durante a Coletiva de Imprensa, os técnicos do Município afirmaram que o prefeito Murilo Zauith tem demonstrado total transparência em relação às contas públicas. “Não escondemos nada, tanto que na véspera do início da greve dos professores, mostramos todos esses números para o Simted, mas eles não querem entender isso”, disse Rosenildo França. O tesoureiro Jorge Castro disse ainda que a previsão orçamentária feita no final de cada ano para o exercício seguinte não significa dinheiro em caixa. “Tivemos que fazer um contingenciamento de R$ 20 milhões na Saúde para poder honrar os outros compromissos”, acrescentou.