Esportes

Wada reprova decisão do COI de não banir russos da Olimpíada do Rio

25 JUL 2016 • POR • 12h47
Craig Reedie foi contra a decisão do COI de manter a Rússia na Olimpíada do Rio - Foto: Reuters

A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) não gostou da decisão tomada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), contrária à recomendação, de manter a participação da delegação da Rússia na Olimpíada do Rio de Janeiro. De acordo com o site da "BBC", Olivier Niggli, diretor-geral Wada, lamentou a determinação e afirmou que a medida pode diminuir a proteção dos atletas limpos. 

- Essa decisão vai, inevitavelmente, causar uma falta de harmonização, possíveis desafios e menor proteção para os atletas limpos.

Craig Reedie, presidente da Wada, se mostrou surpreso, principalmente pelo divulgação do programa estatal de doping na Rússia. Ainda fez questão de destacar o apoio a Yulia Stepanova, responsável por expor o escândalo, que quis competir como atleta de bandeira neutra, mas foi negada. 

- A Wada tem deixado claro que vai apoiar o desejo de Yulia de competir como atleta independente. Stepanova foi fundamental ao expor corajosamente o maior escândalo de doping de todos os tempos. Wada está muito preocupada com a mensagem que está deixando para os próximos que resolvam denunciar.

O COI manteve a exclusão do atletismo, mas permitiu a chance de atletas de outros esportes disputarem os Jogos desde que de acordo com várias condições. Uma delas é que não pode ter sofrido suspensão por doping anteriormente. 

Sussan Ley, Ministra do Esporte da Austrália, também deu uma declaração dizendo estar insatisfeita com a decisão do Comitê. Em coletiva, Ley, membro do comitê executivo da Wada, olhou pelo ponto de vista dos atletas australianos, que podem disputar sem condições de igualdade na Olimpíada do Rio. 

- Estou muito desapontada. Para muitos de nós, o esporte é algo que encaramos a nível amador, assistimos, desfrutamos e discutimos, mas, para nossos atletas que vão para a Olimpíada, é uma coisa à qual deram o coração e a alma todos os dias. Levantando na madrugada, treinando, buscando chegar naquele centímetro extra. E, parando para pensar, podem não chegar em condições de igualdade no Rio ou qualquer outro evento mundial. É um pensamento horrível.