O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira, 12, que "simpatiza" com o candidato à presidência do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG). O senador tem o apoio do Planalto e do atual presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP). Em conversa com apoiadores, o chefe do Executivo também renovou as cobranças aos parlamentares ligados ao agronegócio ao reforçar os pedidos de votos para o deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato do governo nas eleições na Câmara. "O PT resolveu apoiar quem eu tenho simpatia no Senado. Eu nunca conversei com deputado do PT, PCdoB e PSOL, nem eles procuraram falar comigo. Que já sei qual a proposta deles", afirmou Bolsonaro. Na segunda, 11, o PT anunciou o apoio a Pacheco na disputa no Senado. No fim do ano, Pacheco foi convidado por Bolsonaro para um almoço no Palácio da Alvorada junto de Alcolumbre que selou o apoio do Planalto a sua candidatura no Senado. Nesta terça, na conversa com apoiadores, Bolsonaro comentou sobre o assunto pela primeira vez. O sinal público de apoio foi feito em meio às cobranças a deputados da bancada ruralista a Lira, que é líder do Centrão. "O que peço para a bancada ruralista, que é uma minoria, mas pode decidir, é que vejam o que nós fizemos nesses dois anos, o que vocês lucraram, o que o Brasil lucrou com vocês também", disse o presidente. Bolsonaro argumentou que o agronegócio "nunca esteve tão bem" e "nunca lucrou tanto" quanto em seu governo. Como na segunda-feira, Bolsonaro voltou a reclamar sobre parlamentares da bancada ruralista terem declarado apoio ao candidato rival de Lira, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), que tem apoio de legendas da centro-direita e siglas da oposição, costuradas pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Na conversa com apoiadores, Bolsonaro argumentou que Lira permitirá o avanço da reforma agrária e da regularização fundiária, que, segundo ele, foram travadas por Maia e partidos da oposição. Ele chegou a dizer que a regularização fundiária vai permitir "acabar aquela história de que a Amazônia pega fogo só no meu governo". "Se fizer a regularização fundiária, nós vamos saber que aquela terra que desmatou ou pegou fogo vamos saber de quem é o CPF daquela pessoa e o atual presidente da Câmara ainda não permitiu que isso fosse votado", disse. Bolsonaro. O presidente citou ainda que em seu governo fazendeiros tiveram "paz" e que os problemas com a demarcação de terras indígenas acabaram. "Ontem eu falei sobre a bancada ruralista. São mais ou menos 200 parlamentares. Nunca o agronegócio esteve tão bem. Há dois anos que o fazendeiro não acorda e vê um pesadelo na frente dele, sua fazenda sendo demarcada como terra indígena, isso acabou", disse. Além da flexibilização das demarcações "sem laudos forjados", segundo o presidente, ele citou ainda a diminuição de multas no campo. "As multas no campo, no passado, era uma coisa assustadora. Acabou com o fazendeiro ter medo dos fiscais. E caíram as multas assustadoramente. O agronegócio nunca lucrou tanto. Não pararam nem na pandemia", declarou.