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Ciclistas protestam contra morte de colega por motorista bêbado no Rio

16 janeiro 2021 - 19h09

Centenas de ciclistas se reuniram neste sábado (16) na Avenida Lúcio Costa, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio, em protesto pela morte do ciclista Claudio Leite da Silva, de 57 anos, atropelado, por volta das 5h40 da madrugada, da última segunda-feira (11) por um carro dirigido pelo capitão do Corpo de Bombeiros João Maurício Correia Passos, de 36 anos, que estava embriagado.

O oficial passou a madrugada, em um posto de gasolina, onde funciona uma loja de conveniência, aberta 24h,  na esquina das avenidas Gláucio Gil e Lúcio Costa, no posto 10, na orla do Recreio. Na ocasião, militar foi flagrado pelas câmeras de segurança do estabelecimento com uma garrafa de uísque na mão e na outra uma garrafa de vodca, dançando e tentando permanecer em pé, com grande dificuldade. Antes, ele ainda foi visto dentro da loja de conveniência comprando e bebendo uma garrafa de cerveja.  

Depois de beber, o capitão pegou o carro e saiu, atropelando e matando o ciclista que pedalava na Avenida Lúcio Costa, como fazia todos os dias. Claudio Leite morreu na hora. João Maurício não prestou socorro à vítima e, alguns metros depois, bateu com o veículo no meio-fio, destruindo a parte da frente do carro. Em seguida, saiu correndo para a casa de um amigo, onde estava hospedado no bairro.  O oficial acabou preso em flagrante e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.

Prisão

Na audiência de custódia, o juiz Antônio Lucchese converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva. O magistrado acolheu o pedido feito pelo promotor de Justiça Bruno Guimarães. Na decisão, o magistrado relata a gravidade do crime, em que o oficial, depois de ingerir bebidas alcoólicas, “misturando possivelmente vodca com uísque”, atropelou Cláudio Leite da Silva, de 57 anos, “causando a sua morte e deixando de prestar qualquer socorro, já que teria se evadido do local”.

O juiz cita ainda o relato de uma testemunha de que minutos antes do acidente João Maurício sequer conseguia ficar em pé, “inclusive porque cambaleava, além de que teria saído do local em alta velocidade e cantando pneu”.

Antônio Lucchese escreveu também  que nenhuma outra medida cautelar, adversa da prisão, será suficiente para garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal. O magistrado determinou que João Maurício fosse encaminhado para atendimento médico a fim de tratar da embriaguez.

Outra vítima

Não é a primeira vez que João Maurício se envolve em acidente, a mulher dele está hoje numa cadeira de rodas, depois que o oficial, também embriagado, provocou um acidente de carro, deixando-a tetraplégica.

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