Depois de receber garantias do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito, Gilberto Kassab, de que o estádio do Corinthians ficará pronto a tempo, a presidenta Dilma Rousseff saiu convencida de que a capital paulista pode receber a abertura da Copa do Mundo de 2014.
Já a utilização do futuro estádio corintiano para a realização da Copa das Confederações, em 2013, não foi garantida pelo prefeito, que cogitou a possibilidade de utilização do Morumbi ou da arena do Palmeiras.
“Em São Paulo e Natal (RN) havia indefinição em relação aos estádios e ela saiu da reunião com o prefeito e o governador segura, com base nas informações que eles deram, de que em, poucas semanas as obras vão começar aqui em São Paulo”, disse o ministro do Esporte, Orlando Silva.
Perguntado se Dilma quer a abertura da Copa em São Paulo, Silva respondeu: “É isso. Mas quem decide é a Fifa”.
Dilma participou de uma reunião com Alckmin, Kassab, secretários estaduais, municipais e os ministros do Esporte e da Casa Civil, Antonio Palocci, na tarde desta sexta-feira, no escritório da Presidência, em São Paulo.
Segundo Silva, Dilma demonstrou preocupação no início de janeiro em relação à cidade que abrigará a abertura do evento esportivo. “Ela está sensível a isso porque são dezenas de chefes de Estado que vêm para cá e São Paulo tem hotéis tanto para os chefes de Estado quanto para os torcedores, além de uma boa rede de aviação executiva”, disse o ministro.
Na reunião de mais de uma hora Dilma ouviu garantias de Alckmin e Kassab de que a obra do Itaquerão como vem sendo chamado o futuro estádio do Corinthians, terão início em poucas semanas.
“Podemos afirmar hoje que inquestionavelmente teremos a abertura da Copa do Mundo em Itaquera. A última pendência em relação ao terreno está sendo discutida com o Ministério Público e esperamos na próxima semana podermos assinar um TAC (Termo de Ajuste de Conduta). Podemos dar condições ao Corinthians de iniciar as obras até o começo de abril”, disse Kassab.
Pendências
O prefeito, entretanto, não confirmou que o estádio estará pronto para a Copa das Confederações. “Nosso esforço será muito grande, isso depende muito da construtora, e caso não tenhamos o estádio do Corinthians teremos o Morumbi e a arena do Palmeiras, que estará concluída. Teremos uma alternativa”, disse Kassab.
Segundo ele, as principais pendências foram resolvidas. O contrato para cessão do terreno da prefeitura ao Corinthians, que venceu depois de 30 anos sem a contrapartida do clube alvinegro, será renovado. O BNDES disponibilizou R$ 400 milhões para o projeto inicial, que contemplava 48 mil lugares.
O excedente necessário para adequação do Itaquerão às normas da Fifa, que exige um mínimo de 65 mil lugares, virá de um fundo de investimento imobiliário em gestação na prefeitura. “A prefeitura está estruturando um modelo a partir de estímulos para um pólo de desenvolvimento na região leste que vai permitir a criação de um fundo imobiliário”, disse o ministro.
Além dos R$ 400 milhões do BNDES para a construção do Itaquerão, Dilma prometeu outros R$ 300 milhões em investimentos do governo federal para a estrutura de transporte.
Mas o tom da presidenta foi mais de cobrança do que de generosidade. Em sua primeira reunião de trabalho com Dilma, o governador saiu impressionado. “Ela é objetiva e sabe tudo do governo. Nem precisamos mostrar nossos dados porque ela já sabia tudo”, disse o governador.