Considerado um dos países mais promissores para games, com 40 milhões de jogadores, o Brasil ainda não descobriu como combater a pirataria e estimular a produção nacional do setor.
Segundo levantamento do Conselho de Economia Criativa da Fecomercio e da Abragames, o país movimenta R$ 300 milhões em games, incluindo jogos on-line, para consoles e computador.
Do total, 60% do valor, ou R$ 180 milhões, correspondem ao comércio paralelo, dominado principalmente por CDs falsificados de jogos. "Temos um ambiente propício ao desenvolvimento de games, mas o mercado não chega a 1% do total mundial", diz Adolfo Melito, da Fecomercio.
No mundo, o mercado de jogos movimenta cerca de US$ 32 bilhões (R$ 56 bilhões), puxado pelos EUA. O potencial da indústria brasileira é de R$ 3 bilhões, mas aspectos que envolvem principalmente crédito e tributação inibem o avanço.
Hoje, os tributos aplicados aos games envolvem 30% de IPI, 9,25% de PIS/Cofins e ICMS entre 18% e 25%.
A proposta a ser apresentada inclui uma "trégua" de cobrança nos tributos por períodos preestabelecidos.
Isso poderia contribuir para aumentar o número de profissionais no setor, que hoje soma 560 pessoas.
Outro aspecto a ser pleiteado é facilidade ao crédito, com redução das garantias e linhas de financiamento com juro zero -mediante a aplicação do IPCA para correção do valor do empréstimo.
GAMEWORLD
Como desenvolver o ecossistema dos jogos no Brasil será um dos temas da feira GameWorld, que acontece até domingo em São Paulo.
A expectativa é reunir cerca de 15 mil pessoas em torno de lançamentos e jogos e também para fazer negócios.
Um dos anúncios mais aguardados é o Nintendo 3DS, console portátil da Nintendo que inclui também a reprodução de vídeos e fotos em terceira dimensão.
Entre os negócios, o destaque é a entrada da gigante de mídia Arvato Digital Services na finalização de jogos da Disney no Brasil os preços devem cair cerca de 30%.
Um dos participantes será o ex-deputado e atual conselheiro da Fecomercio, Fabio Feldmann, que está discutindo a importância do setor com o governo, a indústria e a sociedade civil.
"São os diversos setores da economia criativa, como mídia, artes e mesmo os games, que vão permitir o salto de qualidade no desenvolvimento do país", afirma.