As bolsas de Nova York terminaram a quarta-feira, 6, sem sinal único, com a eleição para duas cadeiras ao Senado dos Estados Unidos pela Geórgia no radar dos investidores. A possibilidade de que o Partido Democrata controle o Senado animou por um lado, pois pode significar mais estímulos à atividade em meio à pandemia da covid-19, mas isso também levou a quedas de gigantes do setor de tecnologia, já que a sigla do presidente eleito Joe Biden é mais favorável a regulações sobre essas companhias. Além disso, os índices perderam força em meio a protestos à tarde em Washington. O Dow Jones fechou em alta de 1,44%, em 30.829,40 pontos, o S&P 500 subiu 0,57%, a 3.748,14 pontos, e o Nasdaq caiu 0,61%, a 12.740,79 pontos. Embora sem definição final, os democratas haviam garantido uma vitória e mostravam vantagem apertada na segunda disputa na Geórgia - após o fechamento, a NBC News projetou vitória da sigla de Biden também neste caso, sendo seguida por outros meios posteriormente. Um Senado de maioria democrata pode facilitar a tarefa da futura administração para buscar mais estímulos, embora especialistas tenham notado que algumas medidas precisarão ainda de votos republicanos. Como um controle democrata no Legislativo americano pode se traduzir em mais regulações contra as chamadas "giant techs", Apple registrou baixa de 3,37%, Microsoft caiu 2,59% e Facebook, 2,83%. Já outros setores se saíram bem, com a perspectiva de estímulos. Bancos estiveram entre os destaques, como Goldman Sachs (+5,40%), JPMorgan (+4,70%) e Citigroup (+5,75%). Para a Pantheon, a política fiscal será mais relaxada com os democratas no comando do Senado, "mas não esperem uma explosão". As bolsas perderam fôlego à tarde, em meio a protestos de partidários do presidente Donald Trump em Washington. Trump falou a seus seguidores nesta quarta em evento na capital americana e voltou a dizer que foi roubado na eleição. Com isso, o Nasdaq, que havia chegado a subir em parte do dia, voltou ao território negativo.