O Tribunal do Júri, iniciado na última segunda-feira (21), em São Paulo, para julgar os acusados de assassinato do líder indígena Marcos Veron, entrou hoje (23) na fase de oitiva das testemunhas de acusação. Ao todo serão ouvidas cinco testemunhas, das quais três são indígenas. Veron foi assassinado em 2003, em Juti e julgamento foi transferido do Mato Grosso do Sul por segurança.
No primeiro dia (21/2) foi realizado o sorteio dos sete jurados que passaram a compor o Conselho de Sentença (seis homens e uma mulher) e feita a leitura das peças processuais. Hoje, às 11 horas, foi concluída a oitiva das sete vítimas indígenas arroladas pelo Ministério Público Federal e iniciada a oitiva das testemunhas de acusação.
Em seguida, deverá ser realizada a oitiva de duas testemunhas de defesa, uma testemunha do juízo, interrogatório dos três réus, debates , aproximadamente 10 horas e, por fim, em sala secreta serão julgados os quesitos e proferida a sentença.
Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde respondem por tentativa de homicídio qualificado, por seis vezes, e Carlos Roberto dos Santos, por homicídio consumado (motivo torpe e meio cruel). Eles respondem também por crime de tortura, seqüestro e formação de quadrilha.
Foragido, o acusado Nivaldo Alves Oliveira, teve seu processo desmembrado e suspenso.
O crime aconteceu entre em janeiro de 2003 no município de Juti, na região de Dourados, Mato Grosso do Sul. Na ocasião, quatro homens armados ameaçaram, espancaram e atiraram nos líderes indígenas, incluindo o cacique Veron, que na época tinha 72 anos. O caso foi transferido de Mato Grosso do Sul para São Paulo a pedido do MPF por dúvida quanto à isenção dos jurados locais.