Se o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, tem algo em comum com o prefeito de Dourados, Murilo Zauith, por enquanto isto se resume apenas à filiação partidária. Ambos pertencem ao DEM. Mas, seguramente, os dois e mais um grande contingente de prefeitos, governadores e deputados hoje desalojados do poder pelo estigma de um dia terem sido filiados ao PFL estão de olho nas benesses de Brasília.
Não por acaso, Kassab percorre o País apregoando a criação do novo PDB (Partido Democrático Brasileiro), uma forma de tentar burlar a legislação brasileira que impede a troca de partidos por parte dos políticos com mandato. Um novo partido é a saída. Pelas bandas de cá, Murilo já avisou que vai se filiar ao PSB (Partido Socialista Brasileiro), o partido de Ciro Gomes, e não teve pudores nem para comunicar os dirigentes regionais da legenda, que terão que “aceitá-lo” de bom grado.
Daqui a pouco, vai acontecer a fusão do PDB com o PSB e deve prevalecer a força do PSB, até pelo critério de antiguidade, e também porque o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, hoje a expressão nacional mais em evidência dos socialistas, já se apresenta como virtual candidato a presidente do Brasil, ou, na pior das hipóteses, vice de uma eventual candidatura a reeleição da presidente Dilma Roussef.
Trocando em miúdos: tanto Murilo aqui como Kassab lá, os dois e mais uma legião de “flagelados” do último processo eleitoral, estão a procura de uma árvore frondosa que possa assegurar-lhes mais sombra e frutos dos cofres federais. Não por acaso, igualmente, o prefeito de Dourados já prepara a vinda do amigo Antônio Palocci, com quem a família Zauith convive estreitamente em Ribeirão Preto e hoje ministro-chefe da Casa Civil de Dilma, para um encontro com prefeitos da região que deve acontecer até o mês que vem.