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Opinião

Crônica do Russo: "E o sonho acabou...”

07 novembro 2012 - 21h25Por Waldemar Gonçalves - Russo

      (Tributo a um mendigo)

mendigo na praca

... Sentado no banco da praça se pôs a pensar...e como louco mendigo não pensa...se pôs a meditar...e como meditação não é para louco...para seu passado se pôs a falar...!

...Quando feto passou ser esperança da mãe e do pai...e quando ao mundo finalmente veio...fez a alegria de todos da família...!

...Cinco anos de vida...sonhos...doze, pré- adolescência conturbada...nos dezoito anos, juventude transviada, mal amado...nos vinte e cinco...caminho sem futuro e abandonado...trinta, alcoolizado e drogado...e nos trinta e cinco...pelas estradas sem destino e a solidão por ti apaixonada...!

 ...Quarenta anos...!

“Meu Deus, os sonhos de meus pais, os meus sonhos, se resumiram aqui sozinho...sentado neste frio banco da praça...totalmente esfarrapado...um maltrapilho espírito acomodado...um exemplo verdadeiro de um ser humano vegetado...um mendigo desgraçado...e meus sonhos se acabaram...cadê a minha sorte...cadê a minha morte...cadê...!”