“Eu não voto no Murilo!” foi a afirmação que eu mais ouvi nos 15 dias de campanha à prefeitura de Dourados da qual participei como candidato a vice-prefeito na chapa do PSDC - concorrente à do prefeito eleito.
Os motivos e as justificativas apresentadas para esta afirmação eram as mais variadas e não é o objetivo deste artigo detalhá-las.
Contudo, quero aqui deixar claro algumas questões:
- Uma é que eu não votei no Murilo, até porque eu era seu concorrente e estaria traindo a mim mesmo e o meu grupo se assim o fizesse. Ainda, acreditava e acredito que nossas propostas de governo eram as melhores;
- Outra questão é que, mesmo fazendo parte da chapa não vencedora, torço realmente para que o prefeito eleito faça um bom governo. Assim como torci após o resultado das eleições em 2008. Depois de tudo que os douradenses passaram, espero que Deus ilumine o prefeito eleito para que ele realmente possa administrar Dourados de maneira que seus cidadãos, principalmente as classes mais carentes voltem a ter esperança e uma vida menos sofrida. Especialmente no que diz respeito à saúde, educação, segurança, empregos e condições de moradia;
- Não podemos em momento algum dizer que os mais de 12 mil e trezentos votos que Geraldo Sales e Marcos Troquez receberam foram “votos de protesto”. Vejo que o protesto foi evidenciado por atitudes como: não ir votar, ou votar nulo ou em branco. Também não podemos dizer que muitos votaram no Murilo por arrependimento ou compaixão alegando que: “Não o elegemos contra Tetila, não o elegemos contra Ari Artuzi, não o elegemos Senador, vamos fazer dele o prefeito agora”. Não acredito neste tipo de voto.
Quanto ao resultado das urnas, podemos tirar algumas conclusões e propor alguns questionamentos:
1ª) A Democracia venceu, pois o eleitor douradense teve a oportunidade de fazer uma escolha entre 4 candidatos e o fez. Não podemos negar que a vontade da maioria foi respeitada, pelo menos da maioria dos que foram votar;
2ª) 70% dos eleitores votou no Murilo, contrariando até muitas expectativas pessimistas quanto a uma abstenção em massa, um grande número de votos brancos e nulos;
3ª) O PSDC venceu. Venceu no sentido de que provou que não é um partido de aluguel. Que tem um grupo de pessoas capacitadas, com ética e com competência também para postular a majoritária;
4ª) A pesquisa de uma semana antes, divulgada até com ironia e sarcasmo por certo tablóide às vésperas da eleição, que dava 70% para o Murilo, 5% para o Geraldo Sales e 1% para os outros candidatos, era séria??? Ou será que Geraldo Sales e os outros cresceram e triplicaram suas percentagens em uma semana??? E se tivéssemos mais tempo de campanha e mais espaço na mídia, qual seria o resultado???
Encerro este artigo por aqui. Para quem o está lendo com espírito crítico, achando que quem escreve é um despeitado, um derrotado, digo: aqui escreve um vencedor, um visionista, participante de um partido ético e coerente, de um grupo de vencedores: o PSDC.
Destaco que, para o bem do povo douradense, torço para que o prefeito eleito e seus aliados façam uma boa administração.
O autor é funcionário público federal, Cidadão douradense e ex-candidato a vice-prefeito pelo PSDC
e-mail: [email protected])