O comerciante e pastor Kleber Rocha Pinto, de 59 anos, foi executado a tiros em frente do comércio que mantinha na saída de Ponta Porã para Antônio João, nma fronteira brasileira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. O crime ocorreu na noite desta quinta-feira (24), conforme o registro policial. Kleber já havia sido preso pela participação no assassinato do policial federal Marcos Antônio Soares Assunção, de 35 anos, o ‘Rambo’, em 1998, em Dourados.
De acordo com testemunhas, os autores, dois pistoleiros, estavam em uma moto quando executaram Kleber em frente ao comércio dele na saída para Antonio João. Ele foi socorrido e levado ao Hospital Regional, onde morreu logo após dar entrada. Populares dizem que os autores fugiram para o Paraguai após o crime.
'CASO RAMBO'
O policial Rambo, bastante conhecido pela ascendência entre os policiais federais de Dourados no final dos anos 90 foi alvejado por cinco tiros e morreu, depois de, supostamente, ter sido atraído para uma emboscada armada por dois de seus “informantes”, um deles o próprio Kleber.
Rambo morreu ao lado de um veículo Saveiro descaracterizado que usou para chegar até o local onde foi executado. Na cintura portava uma pistola Lock nove milímetros fabricada na Austrália. Em outro local do corpo estava um revólver Rossi 38 e dentro do carro dele ainda foi encontrado um fuzil Sturn Rugger calibre 5,56 milímetros.
No mesmo dia do crime a Policia Federal prendeu em flagrante o então estudante de Direito Kleber Rocha Pinto na época com 34 anos por ser suspeito de ter ligações com o crime depois que pistas dadas por testemunhas levaram os policiais até ele. Kleber era “informante” de Rambo e acabou entregando o também informante Jaime Favaro, o Jaiminho ou “Gauchinho”, conhecido marginal da região do Jardim Flórida.
Conforme consta no inquérito policial, Rambo, no dia do crime, recebeu um telefonema anônimo alarmando que existia um ponto de drogas na Rua Dezidédio. Rambo foi atraído para a morte. Consta que nesta “emboscada” Gauchinho usou uma moto de propriedade de Kleber para cometer o crime. Kleber teria visto os disparos.
Abraço da morte
O jornalista policial Percival de Souza, do Estadão, escreveu no livro “Sindicato do Crime” editado em 2006, que o policial federal caçador de traficantes foi emboscado por traficantes, que arquitetaram o plano da morte com um informante traidor do policial. “Confiante que estava indo para um encontro em que receberia preciosas informações para mais uma grande apreensão de drogas, Rambinho deixou-se envolver pelo abraço da morte. Já inerte, o corpo recebeu um pontapé nas nádegas”.
O lendário caçador de traficantes morreu após ser atraído em emboscada por amigos 'informantes'
O relato do jornalista paulistano reforça o ato heróico de Rambo que, enquanto jazia ante ao choro dos familiares, tinha em “seu nome” um grupo de cerca de 45 policiais numa verdadeira “caçada humana” para capturar Jaime Favaro, o Gauchinho, um rapazola branquela de cerca de 20 anos de idade. Gauchinho fugiu e buscou abrigo na casa de uma irmã na cidade de Laguna Carapã. Não conseguiu guarida e, com o farnel cheio, se embrenhou numa mata fechada onde foi cercado por policiais.
Cansado, com fome e frio, Gauchinho “reagiu à prisão” e foi morto na sexta-feira, 26 de junho de 1998, três dias depois da “emboscada”. O corpo de Gauchinho transformou-se em peneira. Ficou irreconhecível. Depois de mais de 24 horas de “caçada”, o assassino de Rambo “cercado” pelos 45 policiais recebeu mais de vinte tiros conforme atesta o inquérito policial. Ao sair da mata ao encontro da morte Gauchinho esta portando apenas um revolver Magnum 357. A mega-operação para se “fazer justiça” serviu-se até de avião que sobrevoou a mata para tentar localizar o criminoso que foi acusado na época de participar de outras execuções.
Percival de Souza “justifica” em seu livro que narra além do caso de Rambo outros fatos envolvendo membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) que “o ódio era recíproco. O responsável pela morte de Rambinho virou peneira humana depois de uma longa caçada. Tudo registrado como “resistência e morte”, nos termos da lei, naturalmente”. (com informações do midamax)