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Polícia

Panamá denuncia 17 por casos de propina com a Odebrecht

25 janeiro 2017 - 11h27

A Procuradoria do Panamá denunciou 17 pessoas no caso envolvendo o pagamento de subornos da construtora Odebrecht para obter contratos no país, informou nesta terça-feira (24) a procuradora-geral panamenha, Kenia Porcell. "Essas são as primeiras 17 pessoas que foram denunciadas", afirmou Porcell. Os nomes dos denunciados não foram revelados, mas a procuradora-geral disse que a lista inclui três ex-funcionários "de alta hierarquia" do governo, oito empresários panamenhos, cinco empresários de outras nacionalidades e até um banco privado.

A imprensa panamenha afirma que foram emitidas ordens de prisão contra dois filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli - Ricardo e Luis Enrique - e um irmão - Ramón Martinelli -, além do ex-ministro de Obras Públicas Pepe Suárez. Luis Enrique e Ricardo Alberto Martinelli Linares também foram acusados formalmente por procuradores suíços. Eles são filhos do ex-presidente Martinelli, que vive em Miami e é procurado pela Justiça panamenha por diversas denúncias de corrupção.

A Odebrecht já se comprometeu a pagar US$ 59 milhões ao Panamá como garantia enquanto seus casos de subornos são investigados no país. A quantia é a mesma que o governo dos Estados Unidos estabeleceu que a empresa brasileira destinou a pagamentos de propina no Panamá.

Relatório divulgado em dezembro pelo Departamento de Justiça dos EUA indicou que a Odebrecht pagou US$ 788 milhões em propina em mais de 100 projetos, em 12 países da América Latina e da África. Desde então, a empresa está proibida de obter contratos públicos em pelo menos três países (Panamá, Peru e Equador).

A empresa já assinou acordos judiciais com os governos do Brasil, dos EUA e da Suíça para pagar multas que somam US$ 2,047 bilhões, e busca fazer o mesmo com outros países onde houve pagamento de propina, conforme divulga o portal G1.

Além do Panamá, a empresa aceitou pagar US$ 8,9 milhões em um acordo preliminar com o Peru. Mesmo assim, a construtora perdeu uma concessão de US$ 7 bilhões por falta de crédito no país e o presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, afirmou ontem que a Odebrecht terá que vender seus projetos no país.