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Política

Alan Guedes cogita renunciar mandato para escapar de denúncia na ‘farra da publicidade’

10 julho 2021 - 21h54

O prefeito Alan Guedes (Progressistas), eleito sob o manto da moralidade pública e usando o discurso de que não fazia parte do ‘bando do governador’, agora cogita, junto a aliados mais próximos, inclusive, a saída abreviada do poder, seis meses após assumir o mandato e já contabilizando, igualmente, seis protestos pela falta de preparo ao comando da gestão pública; dois desses manifestos foram realizados na frente da casa dele, episódio inédito na história política douradense.

A hipótese, que apanha de surpresa os pouco mais de 32 mil eleitores que deram a vitória de Guedes por 2,5% de vantagem sobre o deputado Barbosinha (DEM), aliado do governador Reinaldo Azambuja, do vice Murilo Zauith, da ministra Tereza Cristina, dos secretários estaduais Geraldo Resende (Saúde) e Eduardo Riedel (Infraestrutura) e dos deputados estaduais Zé Teixeira, Marçal Filho e Renato Câmara, todos relacionados pelo prefeito eleito como representantes da ‘velha política’, foi aventada pela primeira vez neste sábado (10) por um site da capital do Estado.

“Infelizmente, o prefeito de Dourados Alan Guedes está diante do mesmo cenário político que vitimou a meteórica trajetória do então presidente da república Jânio Quadros (1917-1992), com mandato entre 31 de janeiro a 25 de agosto de 1961”, compara o site, relatando o episódio em que o então líder político nacional, natural de Campo Grande, renunciou ao cargo máximo do País, sob o argumento de que "forças terríveis" o impediriam de governar. Antes de cair, Jânio Quadros ainda condecorou o líder revolucionário cubano Ernesto ‘Che’ Guevara, conforme ilustra o site:

janio quadros che guevara

No caso do jovem prefeito douradense, as ‘forças terríveis’ são representadas por um calhamaço contendo mais de 2.000 páginas, entregue pelo presidente da Câmara, vereador Laudir Munaretto (MDB) à colega Lia Nogueira, do mesmo Progressistas de Alan Guedes, onde fica caracterizada a forte participação do então presidente do Legislativo, no período de 2019/20, com o atual chefe de Gabinete da Prefeitura, jornalista Alfredo Barbara Neto, materializado no pagamento de quase R$ 1 milhão em dois anos de gestão Guedes como presidente da Câmara para garantir a sobrevivência do hoje obscuro DiárioMS de Barbara, episódio que ficou conhecido como ‘farra da publicidade’, alvo de investigações no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) nos próximos dias.

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O próprio site da Capital relata o rito a ser cumprido no caso que envolve ainda alguns prestadores de serviços, como um site chamado Indicador Econômico e um desconhecido 67News, sob interferência direta da agência de publicidade que detém o contrato de mídias da Câmara de Dourados desde quando a atual líder do prefeito, vereadora Daniela Hall (PSD), comandou a Casa, na gestão 2017/18, entregando a função para Alan Guedes que a repassou para o atual presidente, Laudir Munaretto.

Embora a ‘farra da publicidade’ ainda seja alvo de averiguações preliminares, assim que as autoridades receberem a documentação, já de posse da vereadora Lia Nogueira, haverá argumentos de sobra para a abertura de inquérito, ouvindo as partes envolvidas [no caso, o prefeito Guedes, o chefe de Gabinete Barbara, e os representantes dos sites e jornais beneficiados com polpudas verbas mensais quando o atual prefeito presidiu a Câmara] e após a quebra de sigilos bancário e fiscal, bem como a perícia técnica na documentação, será dado o veredicto final.

Transparência

Ouvido pelo DOURANEWS nesta sexta-feira (9), Munaretto disse que passou todo o primeiro semestre da legislatura atual debruçado em apurar as denúncias, apontadas da tribuna da Câmara pela vereadora Lia Nogueira. “Posso garantir que essa situação acabou, minha marca é a da transparência, toda a papelada em torno do caso solicitado pela Lia nós já providenciamos, agora é com o MP”.

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