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Política

Autonomia partidária deve ser discutida esta semana na Câmara

13 fevereiro 2017 - 10h46Por G1

Diante da polêmica em torno do projeto que trata da autonomia partidária e reduz as punições às legendas que não prestarem contas, a Câmara dos Deputados deverá discutir nesta semana uma nova redação para a proposta, com o objetivo de aprovar o texto em plenário já nos próximos dias.

Os deputados também deverão definir, ainda nesta semana, os comandos das comissões permanentes, entre as quais a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma das mais cobiçadas da Casa. Os partidos que formam as maiores bancadas têm preferência nas indicações.

No Senado, a expectativa é que seja votada a proposta de emenda à Constituição que estabelece que "não são cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais". Essa PEC tem como objetivo liberar no país a prática da vaquejada, reconhecida como manifestação cultural no ano passado - entenda a polêmica mais abaixo.

Além disso, está prevista para esta semana no Senado a apresentação do parecer do senador Eduardo Braga (PMDB-AM) sobre a indicação, pelo presidente Michel Temer, de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal (STF). Braga já protocolou o relatório, no qual disse que Moraes tem qualificação para a Corte, além de demonstrar "formação técnica adequada" para o cargo.

Câmara

No último dia 7, os deputados se envolveram em uma polêmica ao aprovar a urgência (prioridade na votação) de um projeto que trata da autonomia partidária e, entre outros pontos, reduz a punição às legendas que não prestarem contas à Justiça Eleitoral.

A aprovação da urgência gerou uma reação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, que avaliou a atitude dos deputados como "pouco feliz".

Diante da polêmica, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que, na verdade, os deputados queriam votar somente o trecho relacionado às comissões provisórias.

Essas comissões são estruturas de cárater municipal, estadual ou distrital, sem prazo definido para funcionamento, integradas por pessoas indicadas pelos presidentes das legendas quando não há diretórios (estruturas formais de representação partidária) na região.

Maia, desde os últimos dias, passou a articular com as legendas uma espécie de regra de transição para essas comissões, com o objetivo de garantir a aprovação do projeto nesta semana. Está prevista, para esta terça (14), uma reunião dele com os líderes partidários para elaborar o novo texto.

Atualmente, o funcionamento dessas comissões provisórias está suspenso e voltará a ser autorizado a partir de março, mas pelo prazo de 120 dias.

Senado

Para esta semana, está prevista a votação no Senado da PEC que estabelece: "Não são cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais". Essa proposta busca viabilizar a vaquejada e o rodeio.

Em outrubo do ano passado, o STF derrubou uma lei do Ceará que regulamentava esse tipo de prática por entender que a atividade impõe sofrimento aos animais e fere os princípios constitucionais de preservação do meio ambiente.
Na vaquejada, um boi é solto em uma pista e dois vaqueiros, montados em cavalos, tentam derrubar o animal pelo rabo.

Diante da decisão do Supremo, o Congresso aprovou, um mês depois, uma lei que torna a vaquejada manifestação cultural nacional e patrimônio cultural imaterial. Ainda em novembro de 2016, o presidente Michel Temer sancionou a lei.

Portanto, se o Congresso aprovar a PEC, a vaquejada e o rodeio estarão assegurados pela Constituição.