Com o apoio do PSDB, os parlamentares que integram a CPI Mista do Cachoeira decidiram nesta terça-feira (16) prorrogar o prazo de entrega do relatório da comissão, previsto inicialmente para 4 de novembro. O líder tucano na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), participou de reunião em que as lideranças partidárias fecharam acordo para permitir a prorrogação. De acordo com ele, os partidos se comprometerem a recolher as assinaturas necessárias para a extensão do prazo. Diante da quantidade de oitivas necessárias e do alto volume de documentos ainda sem análise, o PSDB defende mais 180 dias. A definição acontecerá no dia 30.
“Há compreensão de que é prematura a conclusão da CPI na data prevista. Há um entendimento claro de que esse prazo não foi suficiente. Ainda há investigações importantes a serem feitas, sobretudo sobre o caminho que o dinheiro percorreu”, destacou Araújo, ao final da reunião. O tucano afirma que os próximos dias serão de discussão entre as legendas para definir o período. O colegiado deve trabalhar internamente para não ter sua atuação contaminada pelo segundo turno das eleições municipais.
Partidos como o PSOL, DEM, PPS e PDT também defendem a prorrogação máxima de 180 dias. “Estamos convictos de que uma prorrogação mais discreta não se dará. Não há razões para que não se estenda pelo menos até o mês de março ou abril, o que acreditamos ser o tempo razoável para apresentar algo mais substancial”, afirma Araújo.
Mais de 500 requerimentos dependem de apreciação pelos membros da comissão. Há pedidos para quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico de políticos, pessoas ligadas ao grupo de Carlos Cachoeira e empresas laranja supostamente utilizadas pela empreiteira Delta para lavar dinheiro. No mesmo sentido, há pedidos relacionados ao ex-diretor geral do Dnit Luiz Antônio Pagot, que já esteve na comissão, e para a realização de acareações entre ele e Cachoeira e entre ele e o ex-presidente da empreiteira, Fernando Cavendish.
