O resultado da eleição nos Estados Unidos derrubou os mercados de ações pelo mundo. A bolsa de valores de Tóquio perdeu mais de 5% e, na Europa, os principais índices abriram o dia em forte queda. A vitória do candidato Donald Trump foi confirmada por volta de 5h30 desta quarta-feira (9). Na Ásia, o principal índice japonês fechou em queda de mais de 5%. Na Europa, as bolsas abriram o dia em baixa. Até a véspera das eleições, os mercados projetavam a vitória de Hillary Clinton. As bolsas na Europa fecharam em alta na terça-feira (8), e as dos Estados Unidos também subiram. No Brasil, a Bovespa encerrou o pregão em alta e o dólar, em baixa. No Brasil, o dólar opera em forte alta em relação ao real.
Mesmo com Hillary Clinton apontada como favorita em praticamente todas as pesquisas de intenção de voto e nas projeções feitas por institutos e pela imprensa, Donald Trump foi eleito o 45º presidente dos Estados Unidos. Em seu discurso de vitória, prometeu reunir a nação e reconstruir a infraestrutura do país, dobrando o crescimento econômico. Trump teve 276 votos dos delegados nacionais, contra 218 de Clinton.
"Serei presidente para todos os americanos", disse. "Trabalhando juntos, vamos começar a tarefa urgente de reunir nossa nação. É isso que quero fazer agora por nosso país".
Segundo a Reuters, os investidores estão cada vez mais preocupados com a possibilidade de Trump adotar políticas protecionistas e desistir de acordos de comércio internacional. "Com o Brexit tivemos um dia ruim, mas isso é diferente", disse à agência o estrategista-chefe de mercado da National Securities em Nova York, Donald Selkin, comparando o dia à reação dos mercados logo após a decisão do Reino Unido em deixar a União Europeia.
"Isso é o mais assustador em se colocar o cargo mais poderoso do mundo nas mãos de um homem que muitos acreditam ser temperamentalmente instável. "Seus cortes de impostos podem abrir um enorme rombo orçamentário e suas sanções comerciais podem suspender o comércio mundial. Tudo isso pode gerar uma recessão", avaliou.
"Há muito pânico no mercado, é definitivamente um resultado que não se estava esperando", disse o estrategista do Banorte-IXE, Juan Carlos Alderete. "Os movimentos são muito fortes, o mercado está mostrando maior aversão ao risco em busca de ativos seguros". "Os Estados Unidos estão experimentando sua própria versão do Brexit", disse o estrategista-chefe de mercado da FXTM, Hussein Sayed.