A deputada estadual Gleice Jane, do PT, confirmou, nesta segunda-feira (3), em visita ao Douranews, o desejo de disputar novo mandato nas eleições do ano que vem e também defendeu, a exemplo de outras correntes do partido, a saída do PT da base do atual Governo para caminhar “dentro da nossa linha ideológica, com os contraditórios que marcam a trajetória do PT”.
A deputada do PT disse que o partido é marcado pelo contraponto. “Temos um Estado com altos índices de agrotóxicos, não temos pesquisas sobre os números reais da saúde, na política a gente não olha pra ontem, tem que olhar pro amanhã, as pessoas estão adoecendo e essa política de meio ambiente não responde às nossas urgências”.
Até o meio do ano o PT vai realizar o PED (processo de eleições internas) onde deve definir a posição em relação às eleições do ano que vem. E, de acordo com a deputada douradense, o nome do deputado Vander Loubet predomina para ocupar uma das vagas ao Senado, mas que uma eventual composição com o ex-governador Reinaldo Azambuja [que pode estar trocando o PSDB pelo PL ou outra legenda] ainda não é assunto em pauta. “A direita não tolera muito a gente, então é preciso ir com muito cuidado”.
Temas abrangentes
A deputada Gleice também falou sobre o novo modelo de representatividade nacional, onde, segundo disse, o presidente Lula tem que se submeter às emendas parlamentares, numa espécie de semi-presidencialismo que ela refuta prejudicial ao País, mas diz que, ainda assim, o Governo Federal ajuda muito o Estado e os municípios de Mato Grosso do Sul.
Ela ainda comentou sobre os modelos de gestão adotados pelo governador Eduardo Riedel, “que prometeu muito e não cumpriu” e o início do mandato do prefeito Marçal Filho, em Dourados: “o prefeito aqui já sabia de tudo isso, não tem surpresas, sabe de todos os problemas da cidade, é experiente, eu avalio que até aqui ele tem sido um bom fiscalizador, precisa começar a ‘prefeitar’”.
Gleice Jane também falou sobre o enfrentamento que continua tendo com a doença que a acometeu poucos dias antes de ser convocada a substituir o titular da vaga, o deputado Amarildo Cruz, morto no começo do quinto mandato, em março de 2023.
Atacada pela síndrome de Guillain-Barré, a deputada disse que teve que tomar forte decisão para acumular os dois tratamentos: o político e o de saúde, mas que está conseguindo se sair bem em ambos. E que herdou a pauta em defesa dos pescadores, bandeira do antecessor na função, com quem aprende diariamente sobre a vida e o ambiente.