O posicionamento da oposição ao governo no Congresso está dividido sobre a possibilidade do novo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Teori Zavascki, pedir vistas do processo do mensalão antes do primeiro turno das eleições, o que suspenderia o julgamento por uma semana. Indicado pela presidente Dilma Rousseff para o lugar de Cezar Peluso, Zavascki será sabatinado hoje (25) na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) do Senado.
“Acho pouco provável que o ministro peça vistas. Isso não condiz com a biografia dele”, opina o líder dos Democratas, senador José Agripino Maia (DEM-RN), procurado pelo portal iG.
A afirmação diverge em muito do líder tucanos no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR). Dias chamou de “absurdo” o agendamento da sabatina para o mesmo dia da votação do Código Florestal. “Não é crível que o ministro Zavascki se declare a par de um processo de mais de 50 mil volumes. Mas fica no ar uma indagação: ele pedirá vistas para se inteirar do processo?”, questionou, durante discurso no plenário.O senador tucano sugere que a sabatina seja realizada depois do primeiro turno das eleições, marcado para 7 de outubro.
Há na oposição o receio de que Zavascki possa atuar em prol do PT para minimizar o impacto do mensalão nas urnas. “Parece que querem empossá-lo [Zavascki] imediatamente para atrasar o julgamento do Mensalão. Isso diminui o Senado, o STF e o próprio jurista. Pretendo perguntar ao doutor Zavascki se ele vai pedir vistas no processo”, diz Dias.