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Saúde

Busca pelo corpo ideal movimenta academias neste fim de ano

25 novembro 2016 - 18h38

Aquela vontade de iniciar uma rotina de exercícios físicos, a qual só aparece no fim do ano para algumas pessoas, geralmente traz mais movimento para dentro das academias – tanto em relação à circulação de novos frequentadores quanto ao ritmo de exercícios praticados nesses locais. 

Quem esteve sedentário por muito tempo e passa a fazer musculação ou alguma outra atividade física nesse período, normalmente acha que precisa “pegar firme” nos equipamentos, na dieta e na suplementação alimentar para não correr o risco de não obter resultado até dezembro. 

Quanto a essa inquietação, o instrutor e dono de uma academia que fica no Bairro Monte Castelo, em Campo Grande, Jonimar Guimarães, alerta: “Não é assim, a pessoa fica muito tempo parada e, em três meses, não vai conseguir compensar o que não fez durante o ano todo. Se ela começar com um treino intenso, pode ter alguma lesão ou um outro problema de saúde. O ideal é começar com um treino moderado, por mais que tenha frequentado academia antes, até porque não existe ‘memória muscular’, só deve optar por um ritmo mais intenso quem frequenta há mais tempo”.

DESISTÊNCIA

Mirar em um ideal de corpo – geralmente mais enxuto ou com mais massa muscular, segundo os padrões estéticos –, mas não associar os exercícios da academia a uma alimentação regrada, pode não resultar em mudanças rápidas. Nesse caso, a tendência é que o aluno abandone os treinos.

O que percebe a fisioterapeuta e assistente de personal trainer Francislene Souza, que é dona de uma academia, de um estúdio de pilates e de um centro de estética localizados no centro de Campo Grande, é que esse perfil de aluno existe não só dentro da academia, mas também em qualquer outra atividade que exija uma assiduidade mínima. A academia, entretanto, é a campeã de desistências, na opinião dela. 

“Principalmente quem corre contra o tempo e quer sentir um resultado logo para poder viajar e ir a festas de fim de ano, como casamentos e formaturas, tende a largar a academia assim que essa época termina. Quem não obtém os efeitos desejados, em poucos meses, geralmente desiste”. 

Quando isso acontece, vem o chamando “efeito rebote”, de acordo com Francislene. “A pessoa se empolga e já chega aqui com um combo. Está fazendo dieta, tomando alguma coisa e quer fazer academia também. Por ela ter tanta expectativa, pode se decepcionar se estiver com pressa. E aí o que acontece é que ela volta a ficar inativa e pode ganhar mais peso nesse período”.

Foi assim com o jornalista Douglas Queiroz, 26 anos. Depois de desistir da academia uma vez e chegar a passar mal por ter tomado um remédio para emagrecer, ele retornou este ano. “Desta vez, eu vou manter a rotina”, garante. 

Voltou a malhar em setembro deste ano, já perdeu peso e afirma que agora faltam apenas três quilos para alcançar a meta pessoal que estipulou. Em dezembro, planeja viajar para duas cidades que têm praia e, apesar de se sentir “em forma”, reforça que não pretende desistir de continuar indo à academia.

Ao contrário do jornalista, o estudante e balconista Richard Lima, 22 anos, quer ganhar massa muscular. Ele frequenta uma academia desde o início de novembro, quatro vezes por semana, e treina 1h30min por dia. “No ano passado, eu entrei também, mas não consegui continuar. Não encontrava tempo entre a faculdade e o estágio, achei melhor sair”.

De longe, um primo dele, que é personal trainer e mora na Bahia, passou uma dieta especial e acompanha a sua evolução.

MOVIMENTO MENOR

Em comparação aos anos anteriores, o crescimento no número de matrículas realizadas de outubro até o momento não acompanhou as expectativas dos empresários de Campo Grande, segundo a Associação dos Proprietários de Academias e Afins de Mato Grosso do Sul (AAMS), no entanto, essa temporada do ano é sempre típica para a chegada de novos alunos. 

Jonimar Guimarães, que também é vice-presidente da associação, acredita que a crise financeira e a opção de praticar exercícios ao ar livre são os responsáveis pelo movimento menor. Entretanto, frisa que a academia continua sendo o melhor local para alcançar os objetivos desse período e manter a saúde o ano inteiro. “É um ambiente climatizado que pode ser frequentado no verão, sem problemas, e onde há orientação profissional, o que é mais importante. Nós temos competência para fazer uma avaliação física individual e saber o que cada um precisa para chegar aonde quer”.