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Saúde

Presidente da ANVISA é ameaçado de morte

23 fevereiro 2011 - 20h38Por Redação Douranews, com R7

O presidente interino da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Dirceu Barbano, foi ameaçado de morte por duas vezes nesta semana. As ameaças ocorreram poucos dias antes da audiência pública que discutiu, nesta quarta-feira (23) em Brasília, a proposta da agência de proibir a venda dos remédios para emagrecer que atuam no sistema nervoso central: a sibutramina e os derivados de anfetamina (femproporex, dietilpropiona e mazindol).

De acordo com uma fonte ouvida pelo R7, as ameaças tinham relação direta com a intenção da agência de proibir a venda dos medicamentos no Brasil. Foram descartadas, portanto, motivações pessoais para as ameaças.

Após os delitos, a agência pediu proteção da Polícia Federal para a audiência pública de hoje. Com isso, todos os convidados tiveram de passar por um detector de metais antes de entrar no auditório onde ocorre a discussão.

Debate

A audiência promovida pela Anvisa discute com entidades médicas e profissionais de saúde a proposta da agência de proibir a venda no mercado brasileiro dos emagrecedores sibutramina e os derivados de anfetamina.

Se a proposta for aprovada, o único medicamento que continuaria liberado para o tratamento da obesidade no Brasil será o orlistate (Xenical), que atua diretamente no intestino, reduzindo em cerca de 30% a absorção de gordura.

O objetivo da audiência é reunir novos estudos e argumentos sobre os riscos e benefícios do uso dos medicamentos. Após receber os argumentos das entidades que são contra a proibição, como a Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) e a Anfarmag (Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais), os técnicos da Anvisa farão nova análise do tema.

O parecer final será dado pela diretoria colegiada da Anvisa (atualmente com três representantes). A previsão da agência é que a decisão seja tomada até o fim de março, mas não há data marcada.

De acordo com a Anvisa, estudos analisados pela agência apontam que o consumo de sibutramina aumenta o risco de problemas cardíacos. Em função disso, desde o ano passado a Anvisa impôs novas regras e endureceu seus critérios de venda: a sibutramina deixou de ser vendida como medicamento comum e passou a integrar a categoria dos anorexígenos, que exigem receita especial.

O principal argumento da agência para defender a proibição é que os benefícios do uso da sibutramina e os chamados anfetamínicos não superam os riscos. Segundo as revisões científicas feitas pela agência, não há estudos suficientes sobre a eficácia dos medicamentos: os realizados até agora apontam que a perda de peso ocorre apenas no curto prazo. Os maiores riscos dos medicamentos são cardiovasculares, de dependência e problemas psiquiátricos.

Anunciada há duas semanas, a proposta de proibir os emagrecedores causou reação imediata de médicos endocrinologistas que atuam no combate à obesidade. Entidades médicas defendem que a medida vai deixar cerca de 15 milhões de pacientes sem opção de tratamento.

De acordo com os médicos, para alguns pacientes é preciso indicar medicamentos que atuam no sistema nervoso central, uma vez que o controle da fome e da saciedade ocorre no cérebro. Esses pacientes, portanto, não conseguem perder peso com tratamento clínico convencional, que inclui reeducação alimentar e exercícios físicos.