A Prefeitura suspendeu as autorizações nos pedidos de férias de todos os agentes de saúde até março do ano que vem, já que o município não poderá baixar a guarda ao combate da dengue neste período crítico. “Os trabalhos serão constantes, não vamos permitir uma epidemia, mas a população precisa fazer a sua parte, com limpeza diária, não deixar acumular água parada, pois as chuvas estão sendo constantes neste período”, afirma Eduardo Marcondes.
A temporada de chuva aliada ao calor intenso tem feito aumentar os focos dos mosquitos responsáveis pela transmissão de dengue e leishmaniose em Dourados. No mutirão realizado sexta-feira (9), nos bairros Izidro Pedroso e Terra Roxa, os agentes do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) localizaram 23 focos de dengue nos 1.600 imóveis visitados. Pelo menos 80 agentes do CCZ e de educação em saúde trabalharam nos dois bairros, alertando os moradores sobre os riscos dessas doenças e eliminando focos.
A região é considerada prioritária por causa do aparecimento de casos de leishmaniose em animais. Um dos dois casos de leishmaniose humana registrados neste ano em Dourados ocorreu no Izidro Pedroso.
De acordo com o CCZ, a dengue também preocupa. Se antes os agentes localizavam uma média de 50 focos com larvas do mosquito transmissor na cidade, hoje já encontram pelo menos cem focos. O número aumentou por causa das recentes chuvas, fazendo com que as larvas do mosquito transmissor eclodissem com maior intensidade.
Nos dois bairros vistoriados sexta-feira, os agentes de saúde notificaram 12 proprietários de terrenos baldios. Nos imóveis onde foram localizados os focos do mosquito da dengue, os agentes deram um prazo de dez dias para os moradores se adequarem. Após esse prazo as equipes vão retornar aos imóveis e se ainda localizarem focos os moradores ou proprietários podem ser multados com base na lei da dengue. A multa vai de R$ 500 a R$ 900.
Alerta
O diretor de Vigilância em Saúde Eduardo Arteiro Marcondes voltou a alertar a população sobre o aumento dos focos. O lixo acumulado nos quintais das casas, terrenos baldios e áreas invadidas são os locais preferidos para criação de Aedes aegypti e flebotomíneos, transmissores da dengue e leishmaniose.
Diante da situação cada vez mais preocupante, a Prefeitura decidiu adiar as férias de todos os agentes de saúde até março do ano que vem, já que o município não poderá baixar a guarda neste período crítico. “Os trabalhos serão constantes, não vamos permitir uma epidemia, mas a população precisa fazer a sua parte, com limpeza diária, não deixar acumular água parada, pois as chuvas estão sendo constantes neste período”, afirma Eduardo Marcondes.
Ele explica que atualmente existem quatro fatores favoráveis para ter uma epidemia de dengue em Dourados: a chuva, calor, a entrada do vírus 4 no Estado e o aumento dos focos do mosquito transmissor. “Existe um ambiente favorável; as pessoas estão vulneráveis à picada do mosquito contaminado com o vírus 4 da dengue e se tiver condições para que esse mosquito se prolifere, uma epidemia é quase inevitável”, alerta o diretor de Vigilância em Saúde.