O Presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, João Maria Lós, considerou “descabidas e indevidas” as notas emitidas pela presidência da OAB/MS criticando a decisão do juiz plantonista José de Andrade Neto em determinar a soltura do policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, de 47 anos, que matou a tiros o empresário Adriano Correia, de 32 anos, em briga de trânsito no dia 31 de dezembro.
Em nota, o desembargador Lós informou que “descabe à OAB/MS, fiscalizar atos jurisdicionais do Poder Judiciário, principalmente quando, sequer, tem legitimidade para intervir no processo”.
O CASO
No dia 1º de dezembro, o juiz plantonista José de Andrade Neto concedeu liberdade provisória ao policial alegando que Moon não tem antecedentes criminais, tem residência fixa e, no entendimento dele, não apresenta risco à sociedade.
O Ministério Público se manifestou e enviou pedido à Justiça para que o policial fosse preso preventivamente.
Na justificativa apresentada na representação, os promotores João Girelli, Allan Arakaki e Bolívar Vieira afirmam que a procedimento da Polícia Civil no momento do flagrante não foi o correto porque delegado deixou de ouvir, por exemplo, os dois passageiros que estavam no carro conduzido pelo empresário.
A decisão do magistrado em libertar o policial também foi criticada pelo MP. Para os promotores a atitude “não foi acertada”.
Depois de rebater as críticas e justificar o motivo da primeira decisão, o juiz, enfim, aceitou o pedido do Ministério Público e determinou que o policial fosse preso preventivamente. Ricardo foi detido em casa, por volta das 6 horas desta quinta-feira.
A BRIGA
O empresário Adriano Correia foi morto por um policial rodoviário federal após briga de trânsito no dia 31 de dezembro, no Centro de Campo Grande, atingido por cinco disparos, segundo a perícia. Ele sofreu duas perfurações no tórax, uma na costela e outra no braço direito. O crime aconteceu enquanto vítima e dois familiares retornavam de uma casa noturna onde foram comemorar aniversário.
Informações da Polícia Civil apontam que Ricardo Moon teria disparado pelo menos sete vezes. O caso ocorreu na Avenida Presidente Ernesto Geisel, entre a Rua 26 de Agosto e a Avenida Fernando Corrêa da Costa, quase em frente à Capela da Pax Mundial. No cruzamento da 26 com a Ernesto Geisel, peritos apreenderam sete cápsulas de pistola, e mais uma perto do veículo da vítima.