O presidente do Conselho, Roberto D'Ávila, explicou que a proposta tem o objetivo de proteger os pacientes. Ele citou o exemplo de que um nutricionista não poderá receitar remédios para o tratamento de disfunção da tireóide. Esse profissional se limitará a trabalhar com uma dieta e deverá encaminhar o paciente para um endocrinologista. O mesmo ocorrerá com um fisioterapeuta, por exemplo. Roberto D'Ávila ressaltou que as maiores vítimas de atendimento realizado por profissionais que não são médicos são os moradores de pequenas cidades e usuários do Sistema Único de Saúde.
"Tudo vai continuar igual. O que não podemos assistir é que em determinadas regiões do país as pessoas não sejam atendidas por um médico e que estejam sendo consultadas e medicadas por pessoas que não são médicas. Essa desigualdade não é possível. Quem pode pagar terá um médico e que não tem dinheiro, vai ter outro profissional para ter o diagnóstico. Entendemos que essa desigualdade não é possível".
O presidente do Senado se mostrou favorável ao pedido dos médicos. Sarney explicou, no entanto, que a proposta precisa ter um pedido de urgência, ou seja, o aval dos líderes partidários, para que seja votada pelo plenário sem passar pelas comissões de Assuntos Sociais e de Constituição e Justiça.
O senador Mozarildo Cavalcante, do PTB de Roraima, se disse favorável à votação rápida. "É inadmissível que a profissão de médico seja a mais antiga e não tenha sido regulamentada. Houve tempo em demasia para se discutir e aperfeiçoar o projeto. Não há porquê não aprová-lo. Acho que não prejudica nenhuma profissão da área da saúde. Todas elas têm regulamentação e nós ainda não temos regulamentação do que é ato médico".
O projeto do ato médico se encontra na Comissão de Constituição e Justiça. Caso não obtenha o apoio para votação em regime de urgência, a proposta ainda será analisada pela Comissão de Assuntos Sociais e pelo plenário. O projeto do ato médico é analisado no Congresso há 8 anos, e por ter sido alterado durante votação na Câmara dos Deputados, voltou para o Senado.