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“Lucro recorde é à custa de exploração”, acusam bancários

05 novembro 2010 - 14h42Por Assessoria
Ao analisar o lucro alcançado pelos bancos no terceiro trimestre, é possível observar que 2010 é mais um ano de ganhos recordes. O Itaú saiu na frente com saldo positivo de R$ 3 bilhões. Em nove meses, o resultado é de R$ 9,4 bilhões. O radesco registrou R$ 2,52 bilhões entre julho e setembro. No ano, o número chega a R$ 7,12 bilhões. O Santander teve lucro de R$ 1,935 bilhão entre julho e setembro e de R$ 5,464 bilhões, entre janeiro e setembro.

Apesar dos excelentes resultados, o dinheiro não tem sido repartido com os funcionários e muito menos investido na qualidade do serviço, infra-estrutura e segurança. Em muitas agências, faltam condições mínimas de trabalho.

O déficit de pessoal e a sobrecarga de trabalho levam as agências a descumprirem a Lei dos 15 minutos. A jornada de 30 horas semanais muitas vezes é descumprida e o bancário acaba sempre extrapolando a carga de trabalho, quase diariamente.

Do ponto de vista salarial, a remuneração inicial foi reduzida de forma drástica ao longo dos anos. Hoje, os admitidos ganham 37,85% a menos do que os desligados.

A instabilidade no emprego também é um grave problema. Há 15 anos, 45% dos trabalhadores tinham 10 anos ou mais de casa. Em 2008, o percentual foi reduzido para 28%.

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, “essa situação vivida pelos bancários, clientes e usuários nos bancos brasileiros poderia ser diferente a muito tempo, se os parlamentares tivessem regulamentado o artigo 192 da Constituição Federal de 1988”. Ainda segundo Raul “os bancários já apresentaram um Projeto de Leí Complementar que prevê a regulamentação do Sistema Financeiro Nacional (SFN), obrigando os bancos a promoverem o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses coletivos".

“O projeto, que regulamenta o artigo 192, foi criado pela categoria bancária em 1992, através da antiga Confederação Nacional dos Bancários (CNB), atual Contraf-CUT. Pela proposta dos sindicalistas, seriam criados instrumentos de controle democrático da sociedade sobre o sistema financeiro. O Congresso Nacional teria ainda que criar uma comissão permanente para elaborar decretos, além de debater e votar propostas do governo que estabeleçam diretrizes para o SFN”.

“A regulamentação definiria também instâncias de fiscalização e criaria um ouvidor para acompanhar o processo de controle dos bancos. A proposta original da CNB propõe um Banco Central (BC) atuante, que regulamente o sistema financeiro, desde que controlado pelo Congresso e pela sociedade. Infelizmente pelo poder dos bancos e pela subserviência da classe política aos banqueiros o projeto sofreu alterações no Congresso Nacional e acabou sendo arquivado. Não havendo até hoje vontade política dos parlamentares para aprovarem a proposta dos bancários”, finalizou Raul Verão.

 

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