Expressão nacional na produção de carne, Mato Grosso do Sul abre ainda mais suas fronteiras em direção à exportação da proteína animal ao mundo. É o que garantem os organizadores do Congresso Internacional da Carne, que acontecerá em Campo Grande, no mês de junho de 2011.
O lançamento do evento aconteceu na manhã desta segunda-feira (8), durante a abertura da Expoinel MS 2010, no Albano Franco. A solenidade contou com a participação de representantes da classe produtiva do Estado e do governador André Puccinelli.
Entusiasmado com a conquista, Puccinelli lembrou o início de todo o processo. “O governo foi o iniciador da ideia, cerca de seis anos atrás, quando ainda vínhamos do término da prefeitura”, disse. Puccinelli foi prefeito de Campo Grande por dois mandatos (1997/2000 e 2001/04).
De acordo com o governador, na época, Campo Grande fora declarada capital do Nelore. “Teria que ser capital internacional da carne. Essa ideia progrediu e nós estamos satisfeitíssimos com as entidades do setor porque realmente Mato Grosso do Sul possui uma carne de altíssima qualidade e podemos nos ufanar de termos a melhor carne do mundo produzida aqui no Estado”, acredita.
A oportunidade servirá de vitrine para o terceiro maior rebanho do País, formado por 22,5 milhões de cabeças de gado, que se tornou referência por meio de iniciativas como o programa Boas Práticas Agropecuárias (BPA) desenvolvido pela Embrapa Gado de Corte.
Realizado pela Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), o Congresso se orienta pelo tripé produção, nutrição e genética, com intuito de atrair para MS os principais atores da cadeia produtiva do setor.
Para o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, o evento irá debater assuntos fundamentais como produção, comercialização e demanda de carne no mundo. “Vamos discutir os rumos do setor e as responsabilidades diante da demanda”. Riedel demonstrou ainda sua preocupação em relação à necessidade de o Estado, junto com o produtor, investir em iniciativas para ser exemplo de sanidade. “A sanidade é base de acesso aos mercados externos”, destaca.
Segurança da carne
Durante dois dias (08 e 09 de junho de 2011) o Congresso Internacional da Carne, considerado um dos mais importantes do agronegócio mundial, terá como foco principal a segurança do produto como assunto atual para o futuro sustentável da cadeia produtiva.
A discussão sobre os novos desafios também está na pauta. A relação da carne vermelha e saúde humana; comércio justo; meio ambiente, mudanças climáticas e produção sustentável; além de rastreabilidade, sanidade e resíduos. A questão dos subsídios internacionais no Mercosul e debates sobre os mercados internacionais e nacionais fecham os temas a serem abordados no Congresso.
Congresso Mundial da Carne
No último mês de setembro aconteceu em Buenos Aires o Congresso Mundial da Carne. A edição internacional é realizada em intervalos de dois anos, por isso o encontro do ano que vem em Campo Grande é denominado Congresso Internacional da Carne, sendo um evento intermediário. Resultado do empenho e articulação da comissão liderada pela Famasul, na Capital Argentina.
A conclusão a que chegaram os participantes do Congresso foi que a demanda mundial por carne bovina está aquecida e deve crescer bastante. Fruto da manifestação das necessidades de importação do produto feita por países de dimensões continentais como China, Rússia e Índia. Adicionado o Brasil, o quarteto que compõem o Bric, países em desenvolvimento que se destacam no cenário mundial pelo rápido crescimento das suas economias emergentes.
“Com esses grandes países vislumbrando nossa carne, as possibilidades de mercado são enormes. Temos agora que organizar os elos da produção brasileira, para que haja desenvolvimento justo, uma pecuária sustentável, com a integração dos produtores para que todos se beneficiem dessa boa situação”, disse Maria Cristina Carrijo, diretora da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), que representou a pecuária do Estado no evento na Argentina.
Mato Grosso do Sul ocupa uma posição de destaque pelo grande número de animais, carne de qualidade e preço competitivo. Fatores que interessam aos representantes de países do Mercosul, da Europa, dos Estados Unidos e da China, que estiveram presentes no Congresso Mundial da Carne.
“Um dos grandes desafios, porém, é conquistar a colaboração de todos os envolvidos nesse processo para que haja responsabilidade com as questões sanitárias. A conscientização é a única forma de garantir pleno acesso a esse mercado que está de portas abertas para nossa carne”, lembra Carrijo.