No encerramento de sua 66ª Assembléia Geral, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) alertou para o assassinato de jornalistas e a aprovação de novas legislações sobre a mídia como os maiores riscos para a liberdade de imprensa na América Latina.
De acordo com o texto final da assembléia, divulgado nesta terça-feira, 9, em Mérida, no México, a morte de 14 jornalistas nos últimos seis meses é o fato mais preocupante. Sete deles morreram no México, onde o tráfico de drogas ameaça jornais e repórteres. Outros cinco são de Honduras e dois, brasileiros.
O texto alerta ainda que alguns países do subcontinente pretendem criar leis para regular o funcionamento dos meios de comunicação. A SIP também criticou a perseguição judicial e a utilização de publicidade oficial para premiar ou castigar os meios.
O órgão criticou nominalmente a Argentina por uma 'campanha oficial contra a imprensa que inclui insultos e tentativas de punir diretores de órgãos de imprensa e jornalistas.
A lei contra o racismo na Bolívia, que prevê punições a órgãos que publicarem conteúdo preconceituoso na visão do governo, também foi denunciada. A SIP pediu que o presidente Evo Morales não promulgue a lei.
Polêmica
A declaração final provocou um debate entre os delegados. Havia partidários de considerar as tentativas de regulação mais preocupantes que os assassinatos.
Para o ex-presidente da entidade Danilo Arbilla, as execuções de jornalistas são um problema transitório, apesar de grave. O atual presidente, Alejandro Aguirre, se disse favorável a manter os assassinatos como risco maior.
O vice-presidente, Gonzalo Marroquín, propôs dar às duas reivindicações igual valor. Ele também foi eleito como novo presidente da entidade.