O que era para ser um simples stories nas redes sociais, virou caso de polícia em Nova Andradina (MS). Um motorista publicou em sua página com mais de 51 mil seguidores uma foto com uma garrafa de cerveja, enquanto dirigia, com o detalhe que estava logo atrás de viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O que o homem não esperava era que a imagem fosse “viralizar” e provocar indignação de um policial, que ao tomar conhecimento do post, deu uma bronca no motorista que fez apologia à direção com embriaguez.
“O senhor acha bonito tirar onda com a cara da polícia? Achar engraçado todas as pessoas que morreram em Nova Andradina vítimas de acidente por causa de álcool? Reflita e tente amadurecer e seja responsável no trânsito, para não ser autor e nem vítima“, escreveu o policial.
Policial rodoviário federal deu bronca em motorista — Foto: Redes sociais/ Reprodução
De acordo com a polícia, o motorista vai passar por um curso de educação no trânsito para que tome consciência do perigo de dirigir após ingerir bebida alcoólica.
“Fique tranquilo que vamos ajudá-lo, o senhor será convidado formalmente para fazer uma educação para o trânsito em breve. Não podemos permitir que se faça propaganda de álcool na direção, é o pior trabalho para nós PRFs chegar no local de um acidente e encontrar pessoas mortas, esse ano já foram quatro. Muito triste, inclusive uma delas morava perto da nossa unidade, uma menina linda e muito jovem”, finalizou o policial.
A reportagem tentou contato com o motorista sobre a publicação, mas não obteve retorno.
Vídeo como prova
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) agora permite utilizar vídeos divulgados em redes sociais como provas de embriaguez ao volante. Segundo a legislação, conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência pode gerar detenção, de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de dirigir.
Como prova do crime de trânsito, pode ser utilizado o teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, com direito à contraprova.
Além disso, o Congresso aprovou em fevereiro deste ano, o projeto de lei 130/2020 que proíbe a divulgação de vídeos e imagens de crimes de trânsito e manobras arriscadas. No caso da apologia a crimes, como dirigir alcoolizado ou participar de rachas, a punição será de 3 a 6 meses de prisão, multa e suspensão da carteira.
No caso de divulgação de infrações de trânsito, como cavalos de pau, o internauta receberá infração gravíssima com multa de R$ 2.934. Se o conteúdo for do próprio motorista, ele ainda perde a carteira por um ano. Agora falta a sanção presidencial.