Foi lançado nesta quarta-feira (26) o segundo volume da série de livros Arquivo S – O Senado na História do Brasil, que reúne reportagens sobre momentos marcantes da História brasileira sob a ótica dos trabalhos e da participação do Senado. O trabalho é uma parceria entre a Coordenação de Arquivo e a Secretaria de Comunicação Social da casa.
Publicadas originalmente no Jornal do Senado ao longo do ano de 2016, as reportagens que integram o livro fazem uso dos documentos guardados no arquivo e que cobrem a História do Brasil desde a criação do Senado, em 1826. Pronunciamentos de parlamentares, registros de votações, textos originais de projetos de lei, seus relatórios e emendas e mensagens do Executivo, entre outros materiais, são as fontes de pesquisa para os textos reunidos na obra.
O segundo volume traz dez reportagens, assinadas pelos jornalistas do Senado Ricardo Westin, André Fontenelle e Joseana Paganine. Elas tratam de temas como as leis abolicionistas, a Revolução Federalista de 1893, a imigração japonesa, a proibição aos cassinos e a imposição do bipartidarismo. Os textos são acompanhados por ilustrações de Bruno Bazílio, ilustrador da Secretaria de Comunicação do Senado.
Além do lançamento do livro, o Arquivo do Senado preparou uma exposição com documentos usados na produção das reportagens incluídas. Ela ficará durante todo o mês de novembro no Museu do Senado, localizado Palácio do Congresso.
Entre os documentos expostos estão o livro de posse dos presidentes da República, com as assinaturas de todos os chefes do Executivo desde Café Filho (1954-1955); o texto original da Lei dos Sexagenários, de 1885, que libertou os escravos com mais de 60 anos de idade; e os manuscritos das Falas do Trono, série de discursos feitos pelos imperadores e regentes do Brasil nas aberturas das sessões da Assembleia Geral Legislativa do Império.
Identidade
Rosa Vasconcelos, chefe do Serviço de Arquivo Histórico do Senado e idealizadora do Arquivo S, destacou que a série pretende dar acesso aos documentos históricos por uma questão de identidade.
— Os documentos legislativos têm a ver com a nossa cidadania. É muito importante saber como as leis foram feitas, quais foram as discussões da época e o que precisa ser reformado. Quando você conhece a História, fica mais fácil lidar com o presente — afirmou.
Rosa Vasconcelos ressaltou que a redemocratização do país trouxe uma cultura de transparência e acesso aos arquivos históricos, que antes eram apenas armazenados e não tinham visibilidade. Ela disse que, com esse trabalho, espera cultivar um “sentimento de pertencimento” no público.
Perspectiva
Ricardo Westin, que assina sete reportagens e a introdução do livro, disse que o Arquivo do Senado possui um material “riquíssimo e pouco conhecido”. Ele contou que a prioridade, ao produzir os textos, é dar destaque aos detalhes e episódios com menos visibilidade nas fontes tradicionais, de modo a oferecer ferramentas de compreensão ao leitor e despertar interesse sobre os acontecimentos.
— A história do Brasil é muito rica e o Senado pode oferecer uma nova perspectiva. É importante conhecer esses fatos para sabermos de onde viemos, como chegamos onde estamos e para onde vamos — disse.
Cooperação
Virgínia Malheiros Galvez, diretora da Secretaria de Comunicação Social (Secom), elogiou a parceria entre os profissionais como um “casamento perfeito”, em que se combinam a pesquisa especializada dos servidores do arquivo e a expertise dos jornalistas, que contam as histórias. Para ela, o Arquivo S é um resultado natural da função dos dois departamentos.
— Tudo que está documentado precisa estar aberto. A nossa perspectiva é sempre abrir a informação e dar transparência a tudo que acontece. É o nosso trabalho e a razão de estarmos aqui — afirmou.
A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, também celebrou o sucesso da integração e da cooperação entre diferentes setores da Casa.