O vereador Elias Ishy, militante histórico do PT, e que este ano disputa a sexta eleição em Dourados, vê com preocupação o futuro da legenda no Município. Segundo ele, “esse pessoal [referindo-se aos líderes maiores] deveria fazer uma análise e ver que o partido precisa ser depurado, muitos inclusive deveriam sair do PT”.
Em visita ao Douranews, percorrendo as ruas centrais da cidade, apresentando a plataforma de trabalho que pretende colocar em prática se conseguir obter novo mandato nas eleições de domingo (7), Ishy diz que “o PT está se definhando”.
Desde 2000, quando elegeu o prefeito Laerte Tetila, e o partido chegou pela primeira vez ao poder no Município, o vereador observa que, ao invés de crescer, o PT vem perdendo cada vez mais espaços no cenário local. Naquela eleições, o partido também elegeu três vereadores: Wilson Biasotto, o próprio Ishy, então com 738 votos, e Margarida Gaigher.
Nas eleições seguintes, em 2004, quando Tetila foi reeleito prefeito, o PT aumentou a bancada na Câmara para quatro vereadores: Ishy, com 1.780 votos, e mais Margarida Gaigher, José Silvestre e o tenente Pedro Alves Ferreira.
Em 2008, na análise de Elias Ishy, o partido começou a se perder na história política. “O PT fez uma leitura errada do momento, perdemos a Prefeitura [o candidato foi Wilson Biasotto, à época secretário de Governo de Tetila na Prefeitura, que ficou em terceiro lugar] e os quatro vereadores"; entrou Dirceu [Longhi, então secretário de Recursos Humanos da Prefeitura, único a garantir mandato].
Reagrupar
Em 2010, nas eleições fora de época por conta do afastamento e posterior renúncia ao mandato do prefeito eleito Ari Artuzi, Elias Ishy pleiteou a disputa do cargo de prefeito, “mas o partido preferiu se aliar ao DEM”, diz, demonstrando ressentimento. O atual prefeito Murilo Zauith foi eleito e trocu o DEM pelo PSB; a vice Dinaci Ranzi foi indicada pelo PT.
“Acho que agora, passadas as eleições, o partido tem que avaliar os rumos e ver onde quer chegar, bandeiras históricas ficaram pelo meio do caminho”, comentou, depois que o PT perdeu também a vice-prefeitura na atual campanha. Sobre a disputa de 2014, diz que o senador Delcídio do Amaral, principal nome do partido, também deve avaliar o reagrupamento das correntes petistas. “Eu não mudei”, garante Ishy.