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OAB pede afastamento de delegada Daniela Kades

05 janeiro 2017 - 10h49

Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul (OAB/MS) vai protocolar pedido de reconstituição simulada do caso em que o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, de 47 anos, matou a tiros o empresário Adriano Correia do Nascimento, de 32 anos. Caso haja negativa, seccional vai pedir também o afastamento da delegada Daniela Kades, responsável pelo inquérito.

Presidente da OAB/MS, Mansour Karmouche, disse pedido será feito sob o argumento de que delegada estaria conduzindo a investigação de maneira parcial. Base para o pedido formal são as declarações públicas da autoridade policial.

“No início do inquérito, ela já está falando em legítima defesa”, disse Karmouche.

Testemunhas ainda não foram ouvidas e, ontem, em coletiva de imprensa, Daniela Kades descartou a necessidade de se fazer a reconstituição do crime e disse que hipóteses são de legítima defesa, legítima defesa com excesso ou homicídio simples.

Proprietário da casa noturna onde empresário estava antes do crime foi procurado pela polícia para fornecer as comandas usadas por Adriano e pelos seus amigos. Delegada quer saber quem forneceu bebidas ao adolescente e se a vítima bebeu, o que também é questionado como desvio de foco.

Hoje, Ministério Público Estadual (MPE), também fez pedidos destinados à delegada Daniela Kades. Promotores querem que perícia seja feita na avenida para constatar se empresário desviou de buraco e por isso invadiu pista onde trafegava o policial.

MPE também quer que sejam ouvidos jornalistas que estiveram no local para fazer a cobertura do crime, testemunhas que participavam de velório em frente à avenida e a obtenção de vídeos de câmeras de segurança, de imagens publicadas em redes sociais, quebra de sigilo telefônico do PRF e elaboração de mapa de trajeto feito por Ricardo de sua casa até o local do crime também foram solicitadas.

PRISÃO PREVENTIVA

MPE pediu à Justiça que o policial seja preso preventivamente. Promotores afirmam que o PRF induziu forças de segurança ao erro e teve tratamento privilegiado do Poder Público.

Na justificativa apresentada na representação, promotores afirmam que procedimento da Polícia Civil não foi o correto no momento da prisão em flagrante, porque delegado deixou de ouvir os dois passageiros que estavam no carro conduzido pelo empresário.

Fato do policial ter trocado de roupa para prestar depoimento à Polícia Civil também é questionado pelo MPE, que afirma que imagens revelam que Ricardo cometeu o crime vestido com camiseta listrada por cima do uniforme, e chegou na delegacia apenas com o uniforme da PRF.

Os pedidos serão analisados pela Justiça e não há prazo para decisão.

O CASO

O empresário Adriano Correia foi morto por um policial rodoviário federal após briga de trânsito no dia 31 de dezembro, no Centro de Campo Grande, atingido por cinco disparos, segundo a perícia. Ele sofreu duas perfurações no tórax, uma na costela e outra no braço direito. O crime aconteceu enquanto vítima e dois familiares retornavam de uma casa noturna onde foram comemorar aniversário.

Informações da Polícia Civil apontam que Ricardo Moon teria disparado pelo menos sete vezes. O caso ocorreu na Avenida Presidente Ernesto Geisel, entre a Rua 26 de Agosto e a Avenida Fernando Corrêa da Costa, quase em frente à Capela da Pax Mundial. No cruzamento da 26 com a Ernesto Geisel, peritos apreenderam sete cápsulas de pistola, e mais uma perto do veículo da vítima.

Adriano era proprietário do Madalena Restaurante e de uma unidade do Sushi Express. Ele estava na casa noturna com dois homens da família antes de ser morto. De acordo com testemunhas, por volta das 5h50, ele e os acompanhantes seguiam em uma caminhonete Toyota Hilux pela Ernesto Geisel, quando perto do cruzamento com a Avenida Afonso Pena supostamente teriam fechado a Mitsubishi Pajero ocupada pelo PRF. Este, por sua vez, estaria indo para o trabalho e não gostou da situação. Por isso, perseguiu Adriano e os demais para tirar satisfações.

A assessoria da PRF em Mato Grosso do Sul afirmou que, na versão do policial preso em flagrante, ele teria tentado abordar a caminhonete Toyota Hilux conduzida por Adriano Correia, que teria desobedecido e avançado com o veículo na direção do agente. Diante da ocorrência, o policial, que dirigia uma Mitsubishi Pajero, teria perseguido a vítima e efetuado os disparos em seguida.

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