O presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, disse ontem (2) que vai pedir ao governo a revisão do valor da indenização proposta às empresas do grupo que terão as concessões renovadas, dentro do plano de barateamento da energia elétrica no país.
Na quinta-feira (1), o governo anunciou que as empresas do grupo Eletrobrás receberiam R$ 14 bilhões em indenização por aceitarem reduzir a remuneração que recebem por seus serviços em troca de ter as concessões renovadas. O valor, porém, é menos da metade dos R$ 31 bilhões que a empresa esperava receber do governo.
No total, o governo divulgou que vai pagar R$ 20 bilhões em indenizações a 15 empresas de geração (usinas hidrelétricas e térmicas) e nove de transmissão que aceitaram receber menos pelos serviços para renovar as concessões que vencem entre 2015 e 2017.
“Somos a favor das medidas do governo para baratear a energia no país, mas não posso concordar que um ativo do grupo, que não foi remunerado, não o seja”, disse Carvalho Neto. “Vamos agora dialogar junto à Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] e à EPE [Empresa de Pesquisa Energética]. Pode ser que tenha algum cálculo que não esteja correto”, completou ele, se referindo aos órgãos do governo responsáveis pela apuração das indenizações.
Segundo Carvalho Neto, se o governo não concordar em elevar o valor a ser repassado à Eletrobrás, um relatório será feito e submetido aos acionistas, em assembleias. O executivo não descarta que, nessas assembleias, possa ser decidida a retirada de algum empreendimento do grupo do plano do governo, o que pode comprometer a redução esperada no valor das contas de luz a partir de 2013, que é de 16,2% a 28%. Com informações do G1